O diretor da Agência norte-americana anti-doping, Travis Tygart, acusou o ex-ciclista Lance Armstrong de mentir na entrevista com Oprah Winfrey e na qual admitiu ter utilizado substâncias dopantes para melhorar o seu rendimento.

Numa entrevista que será emitida domingo Tygart, que investigou o antigo ciclista durante anos, afirmou que Armstrong mentiu em várias questões importantes.

Travis Tygart disse também que deu um prazo até 06 de fevereiro ao ex-ciclista para que colabore «plena e sinceramente» em troca de uma possível redução da sua suspensão desportiva.

Na entrevista com Oprah Winfrey, gravada a 14 de janeiro, Armstrong garantiu que a última vez que se tinha dopado tinha sido em 2005 e que não o tinha feito em 2009 e 2010 quando voltou à competição para correr de novo no Tour de França.

Tygart garante não ser, contudo, verdade e refere análises sanguíneas feitas ao atleta que comprovam o contrário.

«Vês as amostras do Tour de França de 1999 e dão positivas, as mais altas que alguma vês vimos», comentou o responsável ao sustentar que Armstrong também mentiu ao dizer que utilizou pouca quantidade de substâncias dopantes e ao dizer que nunca tinha intimidado os colegas a fazerem o mesmo.

Para Travis Tygart, Armstrong «era o chefe».

«As provas deixam claro que era um dos cabecilhas de uma conspiração que enganou milhões de adeptos e atletas«, afirmou.

Armstrong perdeu os sete títulos da Volta à França e está afastado para sempre do ciclismo sendo que o organismo norte-americano anti-doping considera que participou no programa de doping «mais sofisticado, profissional e com sucesso que o desporto alguma vez viu».