Tal como há um ano, com o australiano Richie Porte, e há dois, com o britânico Steve Cummings, a Sky sai da etapa rainha da "Algarvia" com o triunfo e com a amarela. Mas a história, desta vez, poderia ter sido diferente, já que, na aproximação à meta, Henao seguiu pela saída dos carros e não pelo percurso da etapa.

Detetado o erro, o colombiano, que esteve a ponto de cair quando foi obrigado a guinar para a meta e teve de ser ajudado por um comissário, perdendo no processo cerca de três segundos, ainda conseguiu atravessar isolado a meta, com o tempo de 4:53.15 horas e com Rui Costa, agora também segundo da geral, a uns "seguros" três segundos.

A vitória foi um prémio para a estratégia do ciclista da Sky, que aproveitou o conhecimento da sua equipa da subida e atacou uma primeira vez para partir o pelotão e uma segunda para deixar o português da Movistar para trás.

«Foi uma subida dura, muito explosiva», descreveu o jovem de 25 anos, adiantando que a Sky queria ganhar e que era ele a aposta. «E eu correspondi», congratulou-se.

Mais uma vez, um corredor daquela que é uma das formações mais fortes do WorldTour - há um ano na "Algarvia" deu uma demonstração de força só comparável com a que deu no Tour - intrometeu-se numa discussão que tinha tudo para ser "nacional".

Rui Costa e Tiago Machado mostraram mais uma vez a rivalidade que os "une", marcando-se ao longo da subida e discutindo entre si o título de melhor português, com o ciclista da Movistar a ganhar o primeiro "round" ao ser segundo na terceira etapa e na geral, a sete segundos do homem da Sky.

Quinto no final da ligação de 193 quilómetros entre Portimão e o alto do Malhão, o português da RadioShack é terceiro na classificação individual, a 11 segundos da amarela, uma distância que ainda lhe permite sonhar com a possibilidade de tornar-se o primeiro português a vencer a Volta ao Algarve desde João Cabreira, em 2006.

Mas, para todos, o grande candidato continua a ser Tony Martin, vencedor em 2011, que hoje, com um lacónico "sim" respondeu às questões sobre as suas reais hipóteses de atingir um "bis" na prova - o alemão da Omega Pharma-Quickstep é 11.º, a 28 segundos.

Antes das emoções finais, os favoritos tiveram uma jornada calma, com os "atores" secundários da "Algarvia" a aproveitarem a ocasião para se mostrar.

A promessa de uma jornada dura inibiu os ataques, com a fuga final a formar-se apenas depois do quilómetro 90.

Apesar de "tardios", os fugitivos conseguiram logo uma distância confortável, algo facilmente explicável pelo elenco de luxo, que incluía Sylvain Chavanel (Omega Pharma-Quick Step), David López (Sky), José Herrada (Movistar), Maarten Wynants (Blanco), Nelson Oliveira (RadioShack-Leopard), Ricardo Mestre e Jorge Azanza (Euskaltel-Euskadi), Bruno Pires (Saxo-Tinkoff), Bjorn Leukemans e Bertjan Lindeman (Vacansoleil-DCM), Arkaitz Duran (Efapel-Glassdrive) e Christopher Jones (UnitedHealthcare).

Com a diferença para o pelotão a oscilar entre os três e os cinco minutos, os 12 garantiram uma passagem isolada na primeira contagem no Malhão, com Herrada a ser o primeiro, mas o seu protagonismo começaria a diminuir à medida que os quilómetros para a meta, e para Henao vencer, iam sendo galgados.

Os "bravos" da terceira etapa, assim como aqueles que não têm pretensões à geral, podem descansar este domingo, na quarta e última etapa, um "crono" entre Castro Marim e Portimão, na distância de 34,8 quilómetros.