Uma queda do português Rui Oliveira na prova de omnium, hoje, durante os Europeus de ciclismo de pista, que decorrem em Glasgow, comprometeu o objetivo do 10.º lugar e cria incerteza sobre a sua continuação nos campeonatos.

"Vamos ver. Só após a estabilização é que poderemos ver se há afetação a nível muscular e da articulação. Em princípio, penso que não, temos ainda dois dias para recuperar", disse à agencia Lusa o selecionador nacional, Gabriel Mendes.

O técnico elogiou a "boa resposta" que Rui Oliveira deu após cair sozinho durante a prova de eliminação, apesar de se encontrar no centro do pelotão, forçando a organização a interromper a corrida para o ciclista português recuperar e para ser feita a reparação da pista.

O corredor gaiense voltou a montar a bicicleta e conseguiu resistir durante mais algumas voltas e eliminar mais três corredores, recebendo aplausos da assistência, mas acabou por não aguentar durante muito tempo e saiu a coxear do recinto.

Rui Oliveira foi 11.º classificado em scratch, primeiro em tempo e sétimo em eliminação, segurando até então o sexto lugar da classificação, mas, na última das quatro provas do omnium, a corrida de pontos de 25 quilómetros, perdeu 20 pontos e caiu para 12.º lugar da geral.

"A primeira corrida também não nos correu perfeitamente bem, podíamos ter pontuado melhor, mas as duas seguintes correram bem. Ganhámos a segunda corrida e na terceira tivemos a infelicidade da queda que perturbou o desenrolar da própria corrida da eliminação, apesar de o Rui dar uma óptima resposta mesmo após a queda", referiu.

Na quarta corrida, Gabriel Mendes notou no ciclista "alguma dificuldade em termos de cadência", apesar de ter mudado a relação da transmissão da bicicleta para uma menos pesada.

"Apesar de baixarmos, o resultado é bom. Não é muito bom, mas permite ter condições para a qualificação para a taça do mundo e o campeonato do mundo e ficarmos numa posição intermédia no 'ranking' olímpico", vincou Mendes, que tinha identificado esta prova como uma prioridade para este campeonato europeu de forma a integrar o programa de preparação para os Jogos de Tóquio2020.

À saída, Rui Oliveira não conseguiu esconder a sua frustração, assumindo que a contusão feita durante a queda também influenciou a escolha de um andamento mais leve para a bicicleta.

"Estava bem de pernas, mas foi minha culpa, porque escolhi mal o andamento, esta foi uma corrida muito rápida e tinha que ter levado um andamento mais pesado. Não consegui fazer nada. Estraguei a minha corrida, foi totalmente a minha culpa", afirmou.

O ciclista tem previsto voltar a competir na segunda-feira, na disciplina olímpica de madison masculino, em equipa com o irmão Ivo Oliveira, e na terça-feira na corrida de eliminação, uma disciplina onde tinha ambições devido ao sucesso do ano passado, quando foi campeão europeu de sub-23 e medalha de bronze em elite nos Europeus de ciclismo de pista.

Maria Martins, que hoje foi 14.ª na corrida de 25 quilómetros por pontos feminina, corre no domingo a prova de eliminação, enquanto Ivo Oliveira vai correr na final de perseguição individual masculina.