O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Delmino Pereira, disse hoje à Lusa que as prestações de João Almeida (Deceuninck-QuickStep) e Ruben Guerreiro (Education First) constituem um “momento de grande alegria para o ciclismo nacional”.
“Foi um momento de grande alegria para o ciclismo nacional, um momento histórico, com resultados nunca antes atingidos”, explicou o líder federativo, após o final da 103.ª edição da Volta a Itália.
Ruben Guerreiro foi o ‘rei’ da montanha, após ter ganho a nona etapa, e João Almeida acabou no quarto lugar final após ter liderado a prova por 15 dias, com Delmino Pereira a enaltecer “a forma heroica como defendeu” a ‘maglia rosa’ nesse tempo.
Este sucesso, acrescentou, “representa a afirmação de uma nova geração de ciclistas”.
“A modalidade está em grande crescimento, está mais internacional, com corredores de uma nova geração com ambição de ter resultados. Vão ao encontro do perfil do nosso novo emigrante. Exportamos talentos para o mundo, em todas as atividades e também no desporto”, comentou.
Esta “afirmação do ciclismo e do desporto como produto português de sucesso” tem importância redobrada em ano marcado pela pandemia de covid-19, com grande parte das equipas portuguesas em dificuldades financeiras e a ponderar a continuidade em 2021.
“Ajuda. Não resolve todos os problemas, mas ajuda bastante a resolver os novos desafios do ciclismo, que tem uma dependência direta da economia e da capacidade de investimento das empresas, e que tem uma interação especial com o público, que atualmente não podemos explorar”, considerou.
Apesar desta “onda”, que dará “um contributo face às muitas dificuldades que se avizinham”, o ano de 2021 trará uma retoma “dura e difícil”, numa “altura em que a própria bicicleta tem tido um incremento na sua utilização como nunca teve na sua história”.
“É importante porque estimula as novas gerações a acreditarem que é possível. Também podem fazer um percurso desses”, rematou.
João Almeida (Deceuninck-QuickStep) liderou durante 15 dias a geral da ‘corsa rosa’, acabando no quarto posto, a melhor classificação de sempre de um ciclista luso, e Ruben Guerreiro conseguiu vencer uma das principais classificações, a da montanha, um feito inédito para o ciclismo português, além de triunfar na nona de 21 etapas.
A 103.ª edição da Volta a Itália em bicicleta terminou hoje, com a vitória do britânico Tao Geoghegan Hart (INEOS), após a conclusão do contrarrelógio individual da 21.ª etapa, em Milão.
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