Rui Costa disse hoje que há ciclistas mais favoritos do que ele para conquistar o título de campeão do Mundo em Ponferrada, mostrando-se preocupado com as seleções espanhola e italiana.
“São outros corredores que nunca ganharam que têm de ir à procura da vitória. Se me acham favorito, são os outros corredores. Eu acho que há corredores mais favoritos do que eu”, assumiu numa conferência de imprensa realizada no hotel da seleção portuguesa de ciclismo, em Lugo.
Na antevisão da prova de domingo, na qual vai defender o título de campeão do Mundo, o ainda detentor da camisola arco-íris, que só esta tarde se juntou à comitiva portuguesa, tendo falhado o reconhecimento do percurso na parte da manhã, mostrou-se cauteloso, preferindo não fazer promessas.
“O importante é que trabalhei bastante, fiz as coisas corretas. Mas este mundial não é um mais um. Temos de deixar correr os quilómetros e, nas duas últimas voltas, ver a tática das outras equipas. Tanto a seleção espanhola como a italiana vão estar muito fortes… temos de ver se eles vão mandar alguém para a fuga”, disse.
O ciclista da Lampre-Merida apontou a seleção italiana, com Vincenzo Nibali, o vencedor do Tour, e Fabio Aru, ambos da Astana, e a “armada espanhola”, com Joaquim Rodriguez (Katusha) e Alejandro Valverde (Movistar), como grandes rivais, sem esquecer a forte Bélgica, com Philippe Gilbert (BMC), o esloveno Peter Sagan (Cannondale), o suíço Fabian Cancellara (Trek) ou o australiano Simon Gerrans (Orica-GreenEdge), que o bateu no Grande Prémio de Montreal.
“O trajeto será duro. Nos outros anos fazíamos sempre uma partida fora de onde fazíamos as voltas finais. Num circuito vai ser mais complicado. Não quero criar expetativas a ninguém. É um mundial duro, mas tanto pode chegar um grupo de quatro, cinco corredores, como de 15”, indicou, garantindo estar confiante e com boas sensações.
Apontando a chuva como um fator que pode desempenhar um papel decisivo, o corredor poveiro admitiu que Portugal não terá uma estratégia definida e imutável à partida, porque, com o desenrolar da corrida, “as coisas mudam”.
Costa disse ainda que Portugal tem “uma seleção muito boa”, considerando Nelson Oliveira, seu companheiro na Lampre-Merida, Tiago Machado e José Mendes, na NetApp-Endura, André Cardoso (Garmin-Sharp) e Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) “os corredores ideais” para o ajudarem nos 254,8 quilómetros da prova de fundo do campeonato mundial de estrada.
Questionado sobre o facto de a seleção portuguesa de elites deste ano ter o dobro dos ciclistas de Florença2013, o campeão mundial respondeu: “quantos mais, melhor”.
O campeão do Mundo em título assegurou não estar obcecado com a revalidação do seu título: “Não me preocupa muito, porque estou tranquilo. Já ganhei um mundial, não é por isso que vou dormir à sombra da bananeira, mas estou tranquilo. Ser campeão do Mundo é muito bonito. Para o desporto português, um atleta poder levar aquela camisola durante um ano é um orgulho”.
O líder da comitiva lusa prometeu inda dar o seu melhor, porque “quem dá o melhor, a mais não é obrigado”.
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