João Almeida admitiu ter ficado desiludido com o 2.º lugar na 13.ª etapa do Giro d'Itália, realizada esta sexta-feira. O português da Deceuninck-Quick Step ficou atrás de Diego Ulissi, da UAE Team Emirates, numa etapa em que o objetivo era a vitória.

"Estou um pouco dececionado. A minha equipa tem sido fantástica e hoje merecia a vitória. Fizemos o nosso melhor. Também estou feliz porque ganhei alguns segundos, mas o objetivo principal era a vitória da etapa", disse.

O ciclista de A-dos-Francos explicou como viveu os últimos instantes da etapa.

"O grupo ficou muito pequeno nos últimos 10 quilómetros, tinha três companheiros de equipa comigo. Tentámos ir para a vitória, porque eu consigo ser rápido nestes ‘sprints' de grupo reduzido. A equipa merecia que eu tivesse ganhado, mas o [Diego] Ulissi foi mais rápido", afirmou Almeida (Deceuninck-QuickStep), após um 'sprint' em que o luso ainda ganhou seis segundos.

Ulissi (UAE Emirates), de 31 anos, cumpriu os 192 quilómetros da 13.ª etapa entre Cervia e Monselice em 4:22.18 horas, batendo ao ‘sprint’ o camisola rosa, com o austríaco Patrick Konrad (BORA-hansgrohe) a fechar o pódio da etapa.

Na geral, Almeida aproveitou os seis segundos de bonificação para estender a vantagem no primeiro lugar, com 40 segundos para o holandês Wilco Kelderman (Sunweb), segundo, e 49 para o espanhol Pello Bilbao (Bahrain-McLaren), terceiro, num dia que não provocou grandes alterações.

"O objetivo era mesmo vencer a etapa, a bonificação é só um bónus", referiu o português de 22 anos, que disse que teria sido "fantástico" vencer uma tirada com a camisola rosa vestida, num dia em que somou o quarto pódio em etapas, nenhum deles no lugar mais alto.

No sábado, o pelotão enfrenta o segundo de três contrarrelógios individuais na 14.ª etapa, entre Conegliano e Valdobbiadene, com 34,1 quilómetros, antes de uma etapa de alta montanha no domingo, em Piancavallo, seguida do segundo dia de descanso.

No ‘crono’ inaugural, João Almeida foi segundo, apenas atrás do campeão do mundo da especialidade, o italiano Filippo Ganna (INEOS), num momento chave para a atual liderança, podendo aproveitar o dia para alargar a vantagem na frente, antes da chegada da alta montanha na derradeira semana da ‘corsa rosa’.

Para o ‘crono’, o ciclista das Caldas da Rainha não abriu o jogo e disse que pode ser "bom ou mau" para si, por ser um "contrarrelógio longo", apontando como candidatos a tirar-lhe tempo o italiano Vincenzo Nibali (Bahrain-McLaren), o holandês Wilco Kelderman (Sunweb), segundo à geral, ou o norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates).

Ainda assim, "40 segundos é uma vantagem grande", que não acha que pode perder no sábado, num dia em que o pelotão tem de escolher entre trocar, a meio caminho e antes da principal subida, da bicicleta de contrarrelógio para uma normal ou manter como está.

"Vou manter-me na bicicleta de contrarrelógio, não quero mudar", disse apenas o português, em contraste com o colega de equipa britânico James Knox.

*Artigo atualizado às 17h26