A passagem no alto da Fóia revelou-se hoje como o primeiro momento decisivo da 40.ª Volta ao Algarve em bicicleta, fazendo as primeiras definições na geral individual, liderada por Michal Kwiatkowski, o vencedor da segunda etapa.
Com o grupo de grandes favoritos e um punhado de “outsiders” a vigiar-se mutuamente na descida subsequente à contagem de montanha de terceira categoria, situada a cinco quilómetros da meta, o polaco da Omega Pharma-Quickstep evidenciou-se, cortando isolado a meta, com o tempo de 4:57.57 horas.
“No ano passado, muita gente dizia que não ganhávamos, que fazíamos sempre segundo ou terceiro. Estamos aqui para contrariar essa ideia, como mostra a vitória de hoje”, destacou Kwiatkowski, o segundo classificado da geral final em 2013.
Protegido por uma equipa de superestrelas, escondido atrás do alemão Tony Martin, o primeiro do ano passado, o jovem de 23 anos está em excelente forma, facto comprovado pela vitória numa das etapas do Challenge de Maiorca.
Por isso, não é de estranhar que o especialista em contrarrelógio não tema o curto “crono” de sexta-feira: “Amanhã nada se decide no contrarrelógio, mas vou dar o tudo por tudo. Sei que o Rui Costa está num momento bom. O Tony Martin ganhou o ano passado e a nossa equipa vai tentar repetir a vitória este ano”.
Com a maior surpresa da 40.ª Volta ao Algarve reservada para os quilómetros finais dos 196 que ligaram Lagoa e Monchique, os primeiros decorreram com era previsível, com uma fuga a formar-se ao quilómetro oito.
Os franceses Arnaud Démare (FDJ.fr), Alexandre Pichot (Europcar) e Florian Senechal (Cofidis) pedalaram isolados na frente durante 100 quilómetros, antes de verem a sua vantagem, que chegou aos quatro minutos, cair abruptamente graças ao trabalho feito no pelotão pela Rádio Popular para salvar a liderança das metas volantes de César Fonte.
Com um terço da etapa pela frente, “saltaram” do pelotão Luís Afonso (LA -Antarte), Fonte (Rádio Popular), Valter Pereira (Banco BIC-Carmim), Cédric Pineau (FDJ.fr) e Bruno Silva (Efapel-Glassdrive), uma tentativa prontamente anulada pela Tinkoff-Saxo.
O esforço da equipa dinamarquesa revelou que Alberto Contador estava com ideias para hoje, nem que fosse apenas testar as pernas naquela que é a sua primeira competição da temporada e a primeira etapa decisiva na Volta ao Algarve.
A Fóia, uma novidade na “Algarvia”, confirmou as ambições do espanhol, vencedor da prova em 2009 e 2010, mas também a dos outros grandes favoritos à conquista desta edição: Michal Kwiatkowski e Rui Costa, primeiro e segundo na meta, primeiro e segundo na geral.
“Estar em segundo da geral na geral é uma sensação boa. Sabia que o Kwiatkowski estava muito forte. Quatro segundos de diferença não é muito tempo, mas o Kwiatkowski é um grande contrarrelogista. Amanhã [sexta-feira] vai ser um bom teste para mim,” reconheceu o campeão do Mundo.
Costa, tal como “Kwiato” revelou-se confiante para os 13,6 quilómetros que vão ligar Vila do Bispo a Sagres, mas Contador, terceiro da geral a 12 segundos do primeiro e a oito do segundo, também não se dá mal nos exercícios em solitário.
Com a geral final aparentemente entregue a estes três corredores, a nota de destaque vai para o português Edgar Pinto (LA-Antarte), que tal como o espanhol Eduard Prades (OFM-Quinta da Lixa), se intrometeram na luta pelos primeiros postos, completando o “top5”.
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