A seleção portuguesa apresenta-se nos Mundiais de estrada, de 18 a 25 de setembro em Wollongong, Austrália, sem qualquer ciclista feminina e com apenas quatro homens, entre eles João Almeida, no pelotão de elite, por dificuldades logísticas.

João Almeida, que no domingo fechou a Volta a Espanha no quinto lugar, lidera um quarteto de elites - quando podiam estar presentes seis representantes lusos -, que conta com dois colegas de equipa na UAE Emirates, os irmãos Ivo Oliveira e Rui Oliveira, e o experiente Nelson Oliveira (Movistar).

Os quatro vão participar na prova de fundo masculina de elite, enquanto João Almeida e Nelson Oliveira vão representar Portugal no contrarrelógio, logo no primeiro domingo de provas.

Além do número mais reduzido de atletas em elite masculina, salta à vista a completa ausência de atletas femininas, com o total de nove convocados apenas de um género, quando a União Ciclista Internacional permitiria, no feminino, uma equipa de três atletas, em elite, e quatro, em juniores.

Segundo o comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Portugal “não conseguiu apurar-se em sub-23” e escolheu participar em elite e juniores masculinos, não convocando qualquer atleta feminina para um Mundial que considera apresentar “especiais exigências logísticas e orçamentais”, por se realizar na Austrália.

Sem qualquer representante nas provas femininas, sobram nove ciclistas masculinos, com cinco na prova de juniores: António Morgado, Daniel Lima e Gonçalo Tavares, atletas em destaque pela equipa da Bairrada, além de José Bicho (Almodôvar-SCAV) e Tiago Nunes (Silva & Vinha-ADRAP-Sentir Penafiel).

Em juniores, os representantes no ‘crono’ são António Morgado e Gonçalo Tavares.

O contrarrelógio de elite abre a participação portuguesa, com 34,2 quilómetros, pelas 04:40 de domingo de Lisboa, seguindo-se, dois dias depois, o exercício individual para juniores.

Em 22 de setembro, os juniores enfrentam 135,6 quilómetros da prova de fundo, que para os ciclistas de elite é no último dia dos campeonatos, com 266,9 quilómetros e 3.945 metros de desnível positivo acumulado.

Nesta prova, os ciclistas sobem o monte Keira antes de um circuito de 12 voltas que inclui várias subidas mais leves.

“Temos a ambição de discutir os primeiros lugares nas provas de fundo de juniores e de elite. Nos contrarrelógios, será mais complicado, porque, sendo quase totalmente planos, adequam-se menos aos nossos corredores”, declarou o selecionador nacional, José Poeira, citado pela FPC.

Na prova de juniores, em particular, Portugal “deu mostras, ao longo de toda a época, de ser capaz de controlar corridas com os melhores do mundo e de discutir os lugares de pódio”, com a elite a incluir atletas de WorldTour cuja “qualidade é inquestionável”.