O português Luís Mendonça (Aviludo-Louletano) agarrou hoje o sonho de conquistar uma prova por etapas e segurou a camisola amarela até à chegada a Évora para vencer a 36.ª edição da Volta ao Alentejo.

Depois de o sonho ter começado a ganhar forma na véspera,após subir à liderança em Castelo de Vide, a seguir ao contrarrelógio da quinta etapa, o ciclista de Paredes, de 32 anos, conseguiu manter os oito segundos de avanço sobre o português Ricardo Mestre (W52-FC Porto) e os 13 sobre o irlandês Mark Downey (Team Wiggins), na sexta etapa, que ligou Castelo de Vide a Évora.

“É um sonho, é incrível. Foram 150 quilómetros muito longos. Tentaram várias vezes destronar-nos, a W52-FC Porto, com ‘abanicos’, com mexidas na corrida, deram-nos muito trabalho, mas conseguimos chegar aqui com muito trabalho. Esta camisola não é só minha, é da Aviludo-Louletano”, disse, à chegada a Évora.

Felicíssimo, de braços no ar, Mendonça cortou a meta na Praça do Giraldo na sétima posição, evitando o ‘corte’ no pelotão, a partir do 15.º lugar, que lhe podia ter custado a amarela.

A última etapa foi corrida a um ritmo louco, com uma média superior a 43,092 km/h, aproveitada pelo britânico Gabriel Cullaigh (Team Wiggins) para voltar a triunfar numa etapa, depois de o já ter feito em Serpa, na primeira etapa.

Cullaigh impôs-se na ligeira subida para a praça principal da cidade património da humanidade e cumpriu os 151,3 quilómetros em 3:30.40 horas, à frente do francês Yannis Yssaad (Caja Rural) e do espanhol Jon Aberasturi (Euskadi-Murias).

Contudo, o jovem britânico, de 21 anos, guarda um amargo, por não ter conseguido levar o companheiro de equipa Mark Downey, que andou três dias de amarelo e que venceu o prémio da juventude, ao triunfo final.

“Tínhamos planeado deixar o Mark [Downey, terceiro da geral] sozinho para ele tentar ganhar algum tempo ao líder, mas o final era muito técnico, muito perigoso, com muita gente e não conseguimos cumprir o plano. Foi uma pena, mas mesmo assim foi uma semana muito bem-sucedida para nós”, disse.

Com pouco ‘brilho’ nesta prova, o Sporting -Tavira foi um dos grandes animadores da etapa, com os espanhóis Alvaro Trueba e Alejandro Marque a integrarem a fuga do dia, tendo o vencedor da Volta a Portugal de 2013 a ser o último a ser apanhado, quase à entrada dos 10 quilómetros finais.

A etapa ficou ainda marcada por uma queda, que levou a que o português Fábio Oliveira (LA/Alumínios) e o espanhol Francisco Castello (Ginestar) fossem transportados para o hospital.

Depois de ter ‘partido’ a corrida logo na primeira etapa, o W52-FC Porto acabou por ter de se contentar com o segundo lugar de Ricardo Mestre e com a vitória por equipas, segura por cinco segundos em relação à Team Wiggins.

Vencedor de duas etapas, o russo Dmitrii Strakhov (Lokosphinx) venceu a geral por pontos, enquanto o seu compatriota e colega de equipa Alexander Evtushenko foi o rei da montanha.