O cazaque Ilya Davidenok teve um controlo antidoping positivo na Volta a França do Futuro, anunciou hoje a União Ciclista Internacional (UCI), que solicitou à Comissão de Licenças uma análise profunda às políticas de gestão e antidopagem da Astana.

"Este pedido surge na sequência das graves questões levantadas pelo facto de dois corredores da equipa Astana, Maxim e Valentin Ingliskiy, terem tido controlos positivos por EPO e depois da notificação esta semana de Ilya Davidenok de um resultado de análise anormal (presença de esteroides andrógenos numa amostra recolhida na Volta a França do Futuro a 28 de agosto de 2014)", lê-se em comunicado da UCI.

A UCI já tinha manifestado a sua preocupação em relação à forma como a equipa do vencedor da Volta a França de 2014, Vincenzo Nibali, lidava com a prevenção do doping e prometeu uma investigação, que avança agora, após o caso de Davidenok, corredor da equipa Continental da Astana e estagiário da formação World Tour desde agosto.

"O corredor tem o direito de pedir a análise da amostra B e, em conformidade com o regulamento antidopagem da UCI, está suspenso até à resolução do caso", acrescenta o comunicado.

A Astana, que aguarda a renovação da sua licença WorldTour, "deverá comparecer no próximo mês perante a Comissão de Licenças para uma avaliação do seu nível de conformidade com os critérios éticos, de modo a que possam ser tomadas medidas apropriadas", cabendo àquele órgão determinar se e em que medida a equipa e/ou quem a gere é responsável pelos casos.

A formação cazaque, cujo diretor desportivo é Alexander Vinokourov, campeão olímpico em título e antigo ciclista com um passado polémico relacionado com doping, autossuspendeu-se da Volta a Pequim (10 a 14 de outubro), depois de conhecidos os casos dos irmãos Maxim e Valentin Ingliskiy.

A Astana foi a terceira equipa a abdicar de uma prova com base nos regulamentos do Movimento por um Ciclismo Credível, que estipula que que, quando uma equipa regista dois positivos num período de 12 meses, terá de abster-se de correr durante oito dias, numa data a iniciar numa corrida do principal calendário do ciclismo mundial.

Em 2013, a Ag2r-La Mondiale falhou o Critério do Dauphiné depois de uma contra-análise ter confirmado o positivo por heptaminol de Sylvain Georges, meses depois de Steve Houanard acusar EPO, e a RusVelo abandonou o Giro dell’Appennino na sequência de um triplo positivo por Fenoterol, um medicamento para a asma.