O holandês Michael Boogerd reconheceu ter-se dopado entre 1997 e 2007, de acordo com o canal público NOS, que hoje difundirá a entrevista ao ciclista emblemático da antiga equipa Rabobank.

Boogerd, de 40 anos, admitiu ter recorrido a EPO, transfusões sanguíneas e cortisona e confessou que um dos seus mais importantes feitos desportivos, uma jornada em solitário até ao alto de La Plagne na Volta a França de 2002, foi conseguido com doping.

«Posso compreender que aos olhos do público essa vitória possa agora parecer uma batotice», disse Boogerd ao canal público holandês, especificando que usou produtos dopantes apenas «em certos períodos, sobretudo durante os treinos e a preparação de competições».

O antigo ciclista, que junta a sua confissão à de outros ex-corredores da Rabobank, extinta no final de 2012, devido aos escândalos de dopagem a envolver a modalidade, escusou-se a comentar o possível envolvimento de antigos colegas, defendendo que só podia falar por si próprio.

Na semana passada, a imprensa holandesa publicou, com faturas a comprová-lo, que Boogerd pagou 17.000 euros a um fornecedor de produtos dopantes, o austríaco Stefan Matschiner.

Campeão holandês em três ocasiões (1997, 1998 e 2006), aquele que foi o mais emblemático ciclista holandês na década de 2000 também venceu duas etapas no Tour (em 1996 e 2002), além do Paris-Nice e da Amstel Gold Race, ambos em 1999.

Boogerd é o oitavo membro da Rabobank a assumir recurso ao doping, sublinhou a televisão NOS, antes da difusão da entrevista.

A equipa Rabobank foi rebatizada de Blanco este ano, depois da decisão do banco holandês de parar a sua parceria com uma das formações históricas do pelotão internacional.

A Rabobank esteve no centro de casos de dopagem, como aquele que culminou com a exclusão de Michael Rasmussen do Tour 2007, na última semana da prova, quando o “escalador” era o camisola amarela.