O português Nelson Oliveira terminou esta quarta-feira em quarto o contrarrelógio de elite dos Mundiais de ciclismo de estrada, que decorrem em Bergen, Noruega, no qual o holandês Tom Dumoulin se sagrou campeão do mundo da especialidade.

Dumoulin, de 26 anos, cumpriu os 31 quilómetros do ‘crono’ em 44.41,00 minutos, com 57,79 segundos de vantagem sobre o esloveno Primoz Roglic, medalha de prata, e o britânico Chris Froome, terceiro a 1.21,25 minutos, com Oliveira a 1.28,52.

O campeão holandês da especialidade, que este ano venceu a Volta a Itália e em 2014 tinha conquistado o bronze nos Mundiais de Ponferrada (Espanha), confirmou o favoritismo, ao rolar num ritmo que deixou todos, menos Roglic, a pelo menos 1.20 minutos de distância, e juntou o título individual à prova por equipas, em que triunfou ao serviço da Sunweb.

A Holanda faz o ‘pleno’ em contrarrelógios de elite em Bergen, depois de na terça-feira Annemiek van Vleuten ter vencido a prova feminina, à frente da compatriota Anna van der Breggen.

Nelson Oliveira, três vezes campeão nacional de ‘crono’, conseguiu o melhor resultado português de sempre em contrarrelógios de elite dos campeonatos do mundo, superando o sétimo posto que tinha alcançado em 2014, em Ponferrada, o único outro 'top 10' da história lusa na especialidade.

Na marca dos 27,6 quilómetros, antes da subida, o corredor da Movistar perdeu algum tempo ao trocar a ‘cabra’ de contrarrelógio por uma bicicleta de estrada, mas acabou por concluir a subida final num ritmo bastante elevado, atingindo a média de 40,296 km/h ao longo da prova.

“Estou muito contente com o quarto lugar. É verdade que se fica à porta da medalha, mas o ciclismo é mesmo assim, alguém tem de ser quarto. Já o ano passado me aconteceu, no campeonato da Europa”, apontou o ciclista, natural da Bairrada, em declarações ao sítio oficial da Federação Portuguesa de Ciclismo na Internet.

Se Nelson, que partiu em 16.º a contar do fim, “não estava à espera de fazer este resultado”, a verdade é que a estratégia estava delineada, com a mudança de bicicleta para a última subida a ser planeada e “uma boa opção”, mesmo que tenha perdido tempo.

“Tenho a certeza de que, com a bicicleta de contrarrelógio, não faria a subida que fiz”, apontou, destacando ainda o efeito da chuva, que se fez sentir durante as provas dos últimos 10 ciclistas a fazerem-se à estrada, pode ter “favorecido” a posição final.

O ciclista luso, sétimo nos Jogos Olímpicos do Rio2016, chegou a ter o melhor tempo registado na prova, antes de ser superado por Roglic, primeiro, e depois Dumoulin e Froome, o vencedor da Volta a França e da Volta a Espanha.

O campeão do mundo de 2016, o alemão Tony Martin, foi o último a sair para a estrada e ‘desiludiu’ em Bergen, ao terminar o percurso no nono posto.

O outro ciclista português em prova, o campeão do mundo de fundo de 2013 Rui Costa, terminou a prova em 33.º, com o tempo de 47.51,54.

“Depois da recuperação após a ‘Vuelta’, este contrarrelógio ajuda a ganhar ritmo para a prova de fundo, mas o meu objetivo principal não era esse, mas dar o meu máximo”, apontou o corredor da UAE Emirates, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo, mostrando-se satisfeito pelas “boas sensações” durante a prova, que conseguiu controlar “dentro das expetativas”.