O italiano Enrico Rossi, o homem que corre numa bicicleta personalizada em homenagem ao piloto Valentino Rossi, foi hoje expulso da 76.ª Volta a Portugal, por troca com o seu colega dinamarquês Asbjorn Kragh.

À partida para a sétima etapa, em Belmonte, Enrico Rossi passou pela agência Lusa, sem dorsal, perdendo-se nas ruas da cidade, no sentido oposto ao ponto de concentração dos corredores.

A dúvida seria desfeita pouco depois: o fã incondicional de Valentino Rossi tinha sido expulso da 76.ª Volta a Portugal pelo colégio de comissários, uma vez que foi ele e não Asbjorn Kragh, o seu companheiro da Christina Watches-Kuma a protagonizar cenas de pugilato com Vicente de Mateos (Louletano-Dunas Douradas).

Na véspera da expulsão, o italiano de 32 anos, que até foi incluído na equipa à última hora, falou com a agência Lusa e revelou que queria conquistar uma vitória para agradecer à Christina Watches-Kuma a bicicleta personalizada, inspirada no seu ídolo Valentino Rossi, seis vezes campeão mundial no MotoGP.

“Não o conheço muito bem, mas vivo a 15 quilómetros da casa dele e essa é a razão da bicicleta personalizada. Gosto muito do Valentino, da forma como corre. Sou da região dele e, por isso, falei com a equipa e decidimos fazer isto para dedicar ao Valentino”, disse apontando para a sua “máquina”, que faz lembrar as motos personalizadas do piloto italiano.

Enrico revê-se em “Il Dottore”, no seu jeito explosivo – agora dá para perceber melhor porquê: “Não sou um trepador, mas nas descidas os meus colegas e outros ciclistas dizem que sou muito forte”.

O dorsal 169, hoje expulso, assumiu que gosta da velocidade e de tudo o que envolve velocidade.

“Tenho uma mota, mas não é muito potente. Agora vivo sozinho e não tenho dinheiro suficiente para comprar uma boa mota. Mas no futuro, quero comprar uma”, lamentou.

O ciclismo chegou à vida de Enrico Rossi quase por acaso, porque o pai, piloto de motocrosse, não quis que o seu pequeno tivesse um ‘hobbie’ tão perigoso.

“Tinha seis ou sete anos e saía com ele. Não me deixou ir para o motocrosse, mas o ciclismo também é perigoso, talvez não tanto”, defendeu bem-disposto na véspera de ser expulso.