A seleção portuguesa de ciclismo de pista leva quatro atletas ao campeonato do mundo, que arranca na quarta-feira em Berlim, com uma vaga para os Jogos Olímpicos Tóquio2020 já matematicamente assegurada no feminino e na luta nos masculinos.
Na última prova pontuável para o ‘ranking’ que decide o apuramento olímpico, de quarta-feira a domingo na capital da Alemanha, Portugal faz-se representar por Maria Martins, no feminino, e Ivo Oliveira, Iuri Leitão e João Matias, no masculino.
Se a jovem atleta do Ribatejo já garantiu, matematicamente, uma vaga pelo ‘ranking’ de omnium (uma prova que agrega as disciplinas de scratch, pontos, eliminação e tempo), no masculino a qualificação está em aberto e, em parte, fora das ‘mãos’ dos lusos.
Como está, a hierarquia de quotas para Tóquio2020 no madison vê Portugal atrás de Hong Kong, adversário direto pelo apuramento de uma dupla, além de qualificar ainda um desses dois escolhidos para a prova de omnium.
Na corrida de duplas de sábado, em que os corredores, sempre em pista, trocam entre si ao longo de 50 quilómetros, quem o selecionador Gabriel Mendes escolher para somar pontos tem de conseguir sempre um resultado que garanta mais 480 pontos do que a formação asiática, o que se traduz num 14.º posto se Hong Kong não pontuar.
No omnium, que se disputa no sábado, Portugal tem de se bater com Canadá e Cazaquistão, tendo de conseguir um lutar que logre mais 200 pontos que o Cazaquistão e 245 do que o Canadá.
Maria Martins, que contribuiu “na quase totalidade dos pontos” para um apuramento que, quando confirmado, será inédito para a modalidade no país, tem enfrentado “um processo de desenvolvimento”.
Em Berlim, vai encontrar “um nível competitivo bastante elevado, por isso seria satisfatório conseguir estar na primeira metade da tabela, isto é, nas 12 primeiras classificadas”, disse à Lusa Gabriel Mendes.
O selecionador explicou que nos masculinos a missão depende de “trabalhar para registar o maior número de pontos” e esperar conseguir a distância necessária “para os concorrentes diretos”.
“O objetivo é claro, fazer o que controlamos. Levamos três atletas que têm dado boa resposta em situações exigentes, são bastante trabalhadores e esforçados. Vamos deixar tudo em pista até à última volta para atingir os objetivos”, atirou.
Um revés sofrido pela seleção foi a lesão de Rui Oliveira, que fraturou a clavícula no início do ano, sendo substituído por Iuri Leitão, “um jovem que dá boa conta de si e já esteve no Europeu de elite, bem como as primeiras Taças do Mundo”, todas elas pontuáveis para o apuramento olímpico.
Dos quatro atletas, a primeira a entrar em ação é Maria Martins, na disciplina de scratch, antes de enfrentar a “prioridade” do omnium na sexta-feira e de encerrar a participação já no domingo, na corrida por pontos.
A seleção masculina só entra em ação no fim de semana, com o omnium no sábado, ao longo do dia, e a corrida do madison no domingo, último dia de Mundial em Berlim.
Na primeira vez em que Portugal arrancou o processo de qualificação do início, com as especificidades próprias do sistema de apuramento na pista, o país está à beira de uma presença inédita nos Jogos Olímpicos, o que comprova “uma evolução notória” da modalidade em Portugal, garantiu o selecionador.
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