O ciclista esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) venceu hoje a 106.ª edição da Volta a Itália, sendo consagrado com 14 segundos de vantagem para o segundo classificado, a margem mais ‘apertada’ desde 1974 e a quarta mais pequena de sempre.
Roglic venceu hoje a 106.ª edição do Giro, que terminou em Roma, à frente do britânico Geraint Thomas (INEOS), um muito próximo segundo, e com 1.15 minutos de vantagem para o português João Almeida (UAE Emirates), terceiro.
Os 14 segundos para o campeão do Tour2018, que ‘destronou’ da liderança no ‘crono’ da penúltima etapa, representam a margem mais pequena de um campeão no século XXI, apenas aproximada aos 19 segundos que bastaram para o canadiano Ryder Hesjedal triunfar em 2012, e a quarta mais pequena de todos os tempos.
Com menos ‘folga’ na vitória, só dois ciclistas (em três edições), a começar pelo ‘recordista’ das vitórias ‘apertadas’, Fiorenzo Magni, que em 1948 bateu Ezio Cecchi por 11 segundos, conquistando o primeiro de três cetros do Giro.
Magni, o ciclista mais velho de sempre a vencer a ‘corsa rosa’, na altura com 34 anos e 180 dias, mais que os 33 de ‘Rogla’, ocupa também a terceira posição deste peculiar pódio porque conquistou esse Giro, em 1955, com 13 segundos de diferença para a ‘lenda’ Fausto Coppi.
Os grandes campeões não são imunes a estas margens pequenas e um dos maiores de todos, o belga Eddy Merckx, também figura na lista, uma vez que em 1974 foram 12 os segundos que o distaram do segundo classificado, Giambattista Baronchelli.
Nos antípodas destes segundos está a hora e 57 minutos que Alfonso Calzolari distou de Pierino Albini em 1914, há mais de 100 anos, na primeira edição contada por tempos e não pontos.
Era um mundo diferente ao de hoje, com oito etapas mas cinco delas com mais de 400 quilómetros, e chegou até a ser disputada nos tribunais, com Calzolari acusado de ser ajudado por um carro.
No século XXI, a maior margem é a de Ivan Basso em 2006, com 9.18 minutos de avanço para o espanhol José Enrique Gutiérrez.
‘Rogla’, de resto, venceu a Vuelta em 2020 com 24 segundos de vantagem para o equatoriano Richard Carapaz, mas em 2021 tinha uma ‘almofada’ de 4.42 para o espanhol Enric Mas e, no primeiro triunfo, em 2019, foram 2.33 minutos para o também espanhol Alejandro Valverde.
A quarta vitória em grandes Voltas, que o torna no 12.º ciclista a vencer Vuelta e Giro, permite-lhe igualar os feitos do espanhol Roberto Heras, o suíço Tony Rominger e o italiano Vincenzo Nibali, todos com um ‘tetra’, igualando o ‘tri’ espanhol com um Giro de Rominger, embora Heras só tenha vencido Vueltas e apenas Nibali tenha conseguido as três.
Longe, bem longe, estão as 11 vitórias de Merckx, o campeão dos campeões, com cinco Giros, cinco Tours e uma Vuelta no palmarés.
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