Os organizadores do Tour defenderam hoje que a União Ciclista Internacional (UCI) devia retirar «todas as lições» do caso Armstrong, desclassificado de todos os resultados de 1998 em diante por dopagem.

«É uma crise mundial, a aura de Armstrong tocava toda a gente, não apenas em França, mas por todo o mundo», lamentou o diretor da Volta a França.

Christian Prudhomme considerou «lógica» a decisão da UCI de anular todos os resultados desportivos do norte-americano a partir de 1998, incluindo o seu recorde de sete vitórias no Tour.

O diretor da prova francesa voltou hoje a frisar a vontade de não atribuir as camisolas amarelas das edições ganhas pelo antigo ciclista, entre 1999 e 2005.

«No relatório da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA) são postos em causa um sistema e uma época. Essa época deve ser marcada pela ausência de vencedores», insistiu o responsável pela Volta a França desde 2006.

O diretor da prova considerou «esmagadora» a investigação da USADA, reveladora de «uma máfia» instalada no desporto.

«Em 1998, alguns tiveram o descaramento de denunciar a Festina e de dizer que eles eram os únicos a prevaricar. Esse não era evidentemente o caso. Inscreve-se em qualquer coisa que ultrapassa o ciclismo. Não há um muro que separa esta modalidade das outras», destacou.

Sobre os prémios de Armstrong, Christian Prudhomme recordou que o regulamento da UCI é claro: «Quando um corredor perde o lugar que lhe deu um prémio, deve devolvê-lo».