O ciclista Rafael Silva, que hoje conquistou a medalha de bronze nos Jogos do Mediterrâneo, disse hoje que apesar de os futebolistas não estarem em prova em Tarragona, Espanha, "a boa prestação portuguesa merece reconhecimento".

"Não somos futebolistas, mas claro que gostávamos e é muito importante que sejamos reconhecidos, porque estamos a fazer uma excelente prestação", disse o ciclista.

Rafael Silva terminou os 143 quilómetros atrás dos italianos Jalel Duranti e Filippo Tagliani, que conquistaram o ouro e a prata, respetivamente, tendo terminado com o mesmo tempo - 3:43.50 horas - dos adversários, após um 'sprint' final.

O corredor que representa a EFAPEL falou em "sentimento é de grande felicidade", apontando que sentiu que hoje "tinha todas as hipóteses de vencer o 'sprint'".

"Os italianos saíram da última rotunda a 200 metros com bastante espaço para mim. Tentei recuperar, mas não consegui. O objetivo era levar uma medalha para Portugal. Conseguimos a de bronze e estou muito contente. Sinto-me orgulhoso de uma seleção onde somos todos adversários nas corridas nacionais, mas hoje portamo-nos como uma grande equipa", referiu.

Além de Rafael Silva, correu Joni Brandão, que terminou em sexto, João Rodrigues, sétimo, Frederico Figueiredo, nono, Domingos Gonçalves, 10.º, todos com o mesmo tempo do vencedor, André Carvalho, 18.º (3:44.27), Tiago Antunes, 19.º (3:44.37), e Francisco Campos, que não terminou a prova.

Mas em boa parte da prova, Domingos Gonçalves, que ganhou o Nacional de contrarrelógio, batendo o irmão gémeo José Gonçalves, que não está nos Jogos do Mediterrâneo, e de fundo, esteve destacado do pelotão, só tendo perdido terreno a cerca de 3,5 quilíometros do fim.

Isolar Domingos Gonçalves fazia parte da estratégia da seleção portuguesa, mas acabou por ser no 'sprint' que surgiu a medalha, a 11.ª medalha para Portugal.

"O Domingos está a atravessar um grande momento de forma para chegar isolado à meta e quase que conseguia. Foi apanhado perto da linha de chegada. Depois passava pelo 'plano b', que era eu chegar e ele ajudar-me a vencer no 'sprint'", descreveu Rafael Silva, ciclista que vai agora 15 dias para Serra Nevada estagiar para a Volta a Portugal, que se realiza em agosto.

Também o selecionador de ciclismo, José Poeira, considerou que esta competição deve ser "valorizada", tanto pelas federações como pelos portugueses.

"O desporto une os países. Nós como seleção de ciclismo trouxemos o melhor que podíamos trazer dentro do regulamento. O balanço é bom, porque nuns Jogos a ambição é sempre chegar ao pódio. Acho que, se não o fizeram, [os portugueses] devem dar um maior acompanhamento [aos Jogos]", disse José Poeira.

O selecionador falava aos jornalistas no final da prova que decorreu no circuito urbano de Vila Seca, localidade situada a cerca de 20 quilómetros da cidade espanhola de Tarragona, tendo explicado o facto de Domingos Gonçalves se ter deixado apanhar na reta final, mas mostrando-se satisfeito com a conquista do bronze.

"Acabámos por chegar às medalhas, que era aquilo que queriamos. Gostávamos que fosse medalha de ouro e tínhamos todas as possibilidades, mas não conseguimos, porque o Domingos foi apanhado. Estavam muitos no 'sprint' e o terreno tornou-se favorável para eles. Fizemos terceiro. Houve um pequeno desencontro na última curva e isso atrapalhou um bocadinho o Rafael, mas o ciclismo é mesmo assim", disse.

Convidado a antecipar o que poderá acontecer domingo na prova de contrarrelógio, José Poeira admitiu que Portugal tem "possibilidades", mas preferiu ser cauteloso.

"Vai participar o Domingos, que é um bom contrarrologista. Mas está cá ele e estão os outros também", apontou.

Portugal arrecadou até ao momento dois ouros, três pratas e seis bronzes nos Jogos do Mediterrâneo, que tiveram início na quinta-feira e terminam em 01 de julho, competição na qual está representado por 232 atletas em 29 modalidades.

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