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As críticas de Pound são agora divulgadas na mesma semana em que a agência antidopagem dos Estados Unidos divulgou a acusação feita a Lance Armstrong.
O canadiano Richard Pound, antigo presidente da Agência Mundial Antidopagem (AMA), sugere que a União Ciclista Internacional (UCI) poderá ter «fechado os olhos» ao alegado doping de Lance Armstrong e outras figuras da modalidade.
Em entrevista à agência France Presse, o homem que liderou a AMA de 1999 a 2007 diz que sempre se queixou à UCI de que Armstrong e outros ciclistas ficavam sem ser acompanhados durante algum tempo após serem notificados dos controlos que teriam de fazer.
«Não é crível que não soubessem o que se estava a passar», disse Pound. «Queixei-me à UCI durante anos», reforçou.
Pound referiu ainda o desfasamento temporal entre os testes não anunciados, bem de manhã, e o início das provas, pelas 13:00 ou 14:00 horas, defendendo que o correto seria realizar testes imediatamente antes das partidas.
Mas o mais importante era mesmo o não acompanhamento, por um período que podia ir até uma hora, dos ciclistas, após o termo das etapas. «Nesse tempo, poderia recorrer a soluções salinas e outros meios de mascarar os efeitos da EPO», acusa.
«Temos de perguntar se esse sistema (de controlo antidoping no ciclismo) não foi feito para não ter sucesso?», referiu.
As críticas de Pound são agora divulgadas na mesma semana em que a agência antidopagem dos Estados Unidos (USADA) divulgou a acusação feita a Lance Armstrong, que terá recorrido sistematicamente ao doping, no que foi considerado o mais complexo caso da história da modalidade.
«Fiquei desapontado ao ver a extensão do esquema e do grande número de pessoas evolvidas», comentou Pound, que admite que se não forem desenvolvidas investigações também credíveis em Espanha e Itália a modalidade corre o risco de ficar descredibilizada.
Pound desvaloriza o facto de Armstrong sempre ter negado as acusações - «Não acredito que todas as pessoas que testemunham sejam mentirosas», referiu.
«O que surpreende é que Armstrong continue a negar que não o fez», concluiu.
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