Rui Costa e Nelson Oliveira acabaram hoje no ‘top 20' da prova de fundo dos Mundiais de ciclismo de estrada, com o nono lugar do ex-campeão mundial a ser a segunda melhor classificação de sempre de um português.

Nono a três segundos do novo camisola arco-íris, o eslovaco Peter Sagan, que hoje pôs um ponto final à sua fama de eterno segundo, Rui Costa conseguiu o segundo melhor resultado de sempre para a seleção portuguesa de elite, só superado pelo título mundial que conquistou em Florença, em 2013.

“Esperava um percurso que fizesse mais seleção na parte final. Foi totalmente o contrário: uma corrida muito rápida, muito técnica, muito agressiva, em que a colocação era muito importante. Sabemos que não temos uma seleção perfeita para proteger e levar à frente. Remediámos com o que tínhamos. Tratei de guardar forças para a reta final, onde tudo indicava que seria uma chegada ao sprint”, disse Rui Costa.

Apesar da ausência de medalhas, o dia foi quase perfeito para Portugal: o azarado José Gonçalves, que caiu a 54 quilómetros da meta e foi forçado a abandonar a prova de 259,2 quilómetros, e Rui Costa colocaram-se na frente de corrida, na primeira cisão no grupo principal, que não viria a dar frutos, e Nelson Oliveira, 16.º também a três segundos de Sagan, atacou várias vezes, a última das quais na entrada para a última volta.

“A três voltas da chegada, ainda estava na frente um grupo grande, sendo necessário esperar pela última volta para que o cansaço fizesse a sua seleção. Tentámos surpreender a faltar uma volta, mas isso não foi possível, por ação das equipas que queriam uma chegada ao sprint. Fizemos uma boa corrida, demos o que pudemos", assegurou Oliveira.

O selecionador nacional, José Poeira, lamentou que o percurso não se tenha revelado “tão favorável” como o trio gostaria.

“No entanto, a equipa, só com três (as principais seleções têm nove) elementos - reduzida a dois, porque o José Gonçalves partiu a bicicleta -, conseguiu o nono e o 16.º lugares. Queremos sempre mais, mas um ‘top 10', a este nível, é algo muito difícil de atingir”, destacou.

Os dois resistentes portugueses chegaram no grupo principal, que viu, à distância, Peter Sagan coroar-se como novo campeão do mundo, numa exibição de classe e de exuberância. No ‘sprint' pelas medalhas, o australiano Michael Matthews, segundo, e o lituano Ramunas Navardauskas, terceiro, levaram a melhor.