O ciclista australiano Richie Porte voltou hoje a mostrar o seu bom momento de forma ao vencer a quarta etapa do Paris-Nice, num dia em que os portugueses Rui Costa e Tiago Machado entraram no ‘top 10’ da geral.
Depois de uma temporada para esquecer, a Sky está de regresso ao lugar mais alto do ciclismo, uma evidência que ficou demonstrada hoje, com a ‘dobradinha’ de Porte e Geraint Thomas, que cruzaram a meta, no alto de Croix de Chaubouret, destacados e de braços do ar, oito segundos à frente de do polaco Michal Kwiatkowski (Etixx-QuickStep), que recuperou a camisola amarela.
“É um dia fantástico para a equipa. Assumimos a corrida desde o início da subida e não foi uma escalada fácil, por isso fazer primeiro e segundo é fantástico”, assumiu o vencedor da quarta etapa, que cumpriu os 204 quilómetros entre Varenne-sur-Allier e Croix de Chaubouret, em 5:18.39 horas, sendo 24 segundos mais rápido do que Rui Costa (6.º) e 34 do que Tiago Machado (13.º).
No primeiro momento realmente decisivo de prova francesa, disseram presente os principais nomes. Geraint Thomas, vencedor da Volta ao Algarve, abriu as ‘hostilidades’, a 2,8 quilómetros do topo, levando na roda Jakob Fuglsang (Astana) e Simon Spilak (Katusha).
Com o camisola amarela Michael Matthews (Orica-GreenEdge) perdido na subida, foi o primeiro camisola amarela da competição, o campeão do mundo Michal Kwiatkowski a assumir as despesas da perseguição, num grupo no qual seguia Costa (Lampre-Merida) e em que ia pedalando, quase no elástico, Machado (Katusha).
Num ‘golpe de teatro’, semelhante ao que aconteceu em terras algarvias, na etapa com final no alto do Malhão, Richie Porte acelerou, passou o grupo da dianteira e levou consigo apenas o seu companheiro britânico. Em ‘dueto’, os dois Sky pedalaram isolados até ao topo, com o australiano a ser o primeiro e Thomas o segundo.
A estratégia da formação britânica só não foi perfeita, porque Porte, vencedor do Paris-Nice em 2013, ficou a um segundo da camisola amarela, novamente vestida pelo polaco da Etixx- QuickStep.
“Há dois anos vesti a amarela na etapa de montanha, por isso sei que não é fácil [mantê-la] com dois dias difíceis e o Col d’Eze pela frente. Eu adoro o Col d’Eze e adoraria fazer um bom contrarrelógio lá [na sétima etapa]. Dois dias, duas etapas muito difíceis... tenho uma ótima equipa e com o Geraint bem colocado na classificação [é terceiro, a três segundos] teremos duas cartas para jogar”, analisou.
Sexto na etapa, Rui Costa subiu à sétima posição da geral, estando a 41 segundos da amarela, enquanto Machado é nono, a 50 segundos de Kwiatkowski.
O campeão nacional, Nelson Oliveira (Lampre-Merida), caiu e foi 68.º classificado, a 11.48 minutos, o seu colega Mário Costa foi 108.º e Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) chegou em 117.º, com os dois a concluírem a tirada num grupo atrasado 23.25 minutos.
Oliveira ocupa agora o 64.º lugar da geral individual, a 12.12 minutos da amarela, Costa é 153.º, a 30.54 minutos, e Paulinho 154.º, a 33.23.
Na sexta-feira, a quinta etapa vai ligar Saint-Etienne a Rasteau, num percurso de 192,5 quilómetros, essencialmente plano.
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