A atribulada participação da seleção de Angola na 39.ª Volta ao Algarve em bicicleta continuou hoje com um engano no percurso, que levou os angolanos a Lagos, quando a partida da segunda etapa era em Lagoa.

Às 09:00 em ponto, Carlos Araújo, o antigo ciclista da Sicasal que agora é selecionador angolano, saiu do hotel em Açoteias, Albufeira, onde a equipa está instalada e rumou à A22 para dirigir-se para a partida.

Mas o português é traiçoeiro e os angolanos foram parar um pouco mais à frente. “Enganámo-nos no caminho, fomos ter a Lagos”, contou à Lusa o selecionador, enquanto ao telefone gritava com um outro elemento do staff: “Diz aos miúdos para vir rápido!”.

Detetado o erro, a seleção angolana teve de viajar em “contrarrelógio” para chegar dentro do “controlo” a Lagoa, quando nos altifalantes o “speaker” da “Algarvia” repetia insistentemente o apelo para que os quatro “resistentes” fossem assinar o livro do ponto.

Faltavam cinco minutos para o arranque da segunda etapa quando Igor Silva, o campeão nacional, apareceu a correr, ultrapassando as barreiras para cumprir a obrigação.

Os outros três companheiros só surgiram pouco depois, pressionados por Carlos Araújo que, por sua vez, ouvia os berros da organização: «Têm de assinar o livro de ponto rápido».

Apesar da atribulada presença em Portugal, que inclui a receção de bicicletas sofisticadas e a descoberta de elementos mecânicos novos, a desistência de quatro ciclistas na primeira etapa e a «sedução» do público com um permanente hino do Benfica de Luanda, Carlos Araújo não podia estar mais satisfeito.

«Estou muito feliz por estar aqui», garantiu à Lusa, antes de arrancar para aquela que será apenas a segunda etapa da vida dos seus quatro ciclistas em território europeu.