A seleção portuguesa chegou hoje a Valkenburg, na Holanda, com Rui Costa a partir como um dos favoritos às medalhas na corrida de elite do Campeonato do Mundo de Estrada, que vai realizar-se no próximo domingo.
André Cardoso, Bruno Pires, Rui Costa e Sérgio Paulinho, que hoje cumpriram um treino de uma hora e sábado cumprirão um de duas horas e meia, prepararam a prova de 261 quilómetros em Portugal, sob a orientação do selecionador português que antevê «uma corrida muito seletiva».
«Nos 100 quilómetros em linha há vários muros difíceis e depois terão de percorrer dez voltas ao circuito de Valkenburg, em que surgem partes mais técnicas, com estrada estreita. As seleções mais fortes tentarão, certamente, tomar conta da corrida, impondo um ritmo muito vivo para selecionar o grupo», antecipou José Poeira, citado em comunicado.
Para o selecionador, «além das subidas do circuito, há que contar com a alta velocidade e com os troços técnicos que exigirão um esforço acrescido para uma boa colocação, que será determinante, sobretudo nas últimas quatro voltas».
Para levar as cores lusas ao pódio, o selecionador pode contar com Rui Costa, nono do ranking WorldTour, e um dos candidatos aos primeiros lugares, que prefere a prudência no discurso.
«Tive de parar alguns dias por ter sido picado por uma abelha. À partida não terá influência no meu desempenho e tudo farei para conseguir o melhor resultado possível, mas só no próprio dia, na estrada, é que irei perceber quais as sensações. O Campeonato do Mundo é uma corrida de um só dia, que depende muito do estado de forma mas também da inspiração do momento», explicou o ciclista da Movistar.
A moderação de Costa não é partilhada por André Cardoso que revelou, citado em comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), que o seu companheiro de quarto é «claramente candidato» a fazer «o melhor resultado de sempre de um português» no Mundial.
«As minhas funções serão determinadas por isso e estou pronto para ajudá-lo no que for necessário. Estou muito motivado para fazer um bom desempenho», reconheceu o corredor natural de Gondomar, que vai cumprir o quarto mundial de elite consecutivo e que vem de um 21.º lugar na estreia na Vuelta.
Sérgio Paulinho é mais experiente, já conquistou uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos e vai representar o país pela quinta vez num mundial de elite, mas tem uma visão semelhante sobre a sua participação.
«Acabei a Volta a Espanha muito moralizado. Desde então, fiz, essencialmente, trabalho de recuperação, mas estou com boas sensações. A corrida irá determinar o objetivo pessoal. Naturalmente, irei cumprir as funções coletivas que me estiverem destinadas, sem perder de vista o surgimento de alguma oportunidade», assumiu.
O seu colega na Saxo Bank Bruno Pires, que se estreou na seleção ainda na categoria de juniores, num Campeonato do Mundo disputado no mesmo circuito, cumpre domingo a sua segunda participação em mundiais, depois da presença em Madrid, em 2005.
«Na altura faltava-me experiência e ritmo de competição ao mais alto nível, o que acabei por pagar com a desistência. Agora venho com outra rodagem, fiz várias clássicas em 2012, incluindo a Amstel [Gold Race], que passa em parte do percurso da prova de domingo. Quero aproveitar o endurance conseguido na Vuelta para estar em bom nível», disse o corredor alentejano.
No domingo, além das elites, também a seleção júnior irá participar na prova da sua categoria, onde será representada por Francisco Valinho, Luís Gomes e Rúben Guerreiro no percurso de 128,8 quilómetros.
Comentários