Wout van Aert ficou surpreendido por ter mantido a amarela, numa quinta etapa da Volta a França em bicicleta em que lutou contra si, contra o stress de Jonas Vingegaard e a boa jornada de Tadej Pogacar nos ‘pavés’.
“Foi um dia muito duro, muito nervoso na primeira parte e muito duro na segunda. Tivemos de pedalar com força durante todo o dia, porque o empedrado estava com pó e perigoso. Estou simplesmente feliz por esta jornada ter acabado e por eu ter corrido bem. No final, foi um dia muito bom para mim e para a equipa”, resumiu o bicampeão do Tour, depois de ter ganhado 13 segundos a toda a concorrência graças a um ataque num dos derradeiros setores de ‘pavé’ percorridos nos 157 quilómetros entre Lille e Arenberg.
Pogacar é mesmo um dos poucos ciclistas a poder congratular-se com o desfecho da quinta etapa, uma das mais aguardadas deste Tour, dizendo ter-se sentido bem no ‘pavé’ e atribuindo o mérito do seu sucesso a Jasper Stuyven, o seu companheiro momentâneo de fuga ao pelotão, a quem prometeu “pagar uma cerveja”.
O dia positivo do líder da UAE Emirates, que uma vez mais foi deixado sem proteção pela sua equipa, contrasta com a péssima jornada da Jumbo-Visma, afetada pelas quedas de Wout van Aert e Primoz Roglic e avaria, com direito a três trocas de bicicleta, de Jonas Vingegaard.
“Toquei noutro ciclista e algo aconteceu com a minha corrente, saltou e ficou encravada. Olhando para trás, se calhar deveria ter parado para puxá-la com força, mas é uma corrida de ciclismo, fiquei stressado. Coisas como estas acontecem, é como é. Consegui perder apenas 15 segundos [para Pogacar] e penso que tenho de estar feliz com isso, pelo menos tendo em conta o panorama que chegámos a ter”, assumiu o dinamarquês.
O ‘vice’ do Tour2021, que na realidade cedeu 13 segundos para o bicampeão em título, trocou de bicicleta três vezes e teve de ser ‘rebocado’ por Wout van Aert, que ‘parou’ para ajudar o seu líder.
“Fiquei surpreso por manter a amarela, estava tão lá atrás [do pelotão]”, disse o belga, que passou grande parte da quinta etapa a tentar minimizar perdas – primeiro, as suas, por ter caído a uma centena de quilómetros da meta, e, depois, as de Vingegaard.
‘WVA’ confessou que a queda abalou a sua confiança e retraiu-o na luta por uma posição na frente do grupo. “Daí em diante, foi uma luta contra mim mesmo todo o dia. Definitivamente, não era aquilo que esperava. Ontem [terça-feira], lutámos na frente e hoje tivemos de lutar atrás”, reconheceu, descrevendo que no início da tirada as estradas eram “demasiado perigosas”
Fundamental para a recuperação de Vingegaard, o belga não soube que o outro líder da Jumbo-Visma, Primoz Roglic, caiu a cerca de 30 quilómetros da meta, algo que também passou despercebido a Pogacar.
“Ouvi falar da queda, mas não sabia que era o Primoz. Tentei fazer a minha corrida e, sobretudo, evitar as quedas”, notou o quarto classificado da geral.
Outro dos azarados da jornada, o australiano Ben O’Connor (AG2R Citroën), que perdeu mais de quatro minutos para o vencedor da etapa, o seu compatriota Simon Clarke (Israel-Premier Tech) e três para os principais candidatos, depois de ter furado, reconheceu estar “triste” depois do dia de hoje.
“Foi puro azar num setor [de pavé] em que era muito difícil perseguir [o pelotão]. A Volta a França é longa e parece que outra recuperação após uma primeira semana dura está no horizonte”, escreveu o quarto do Tour2021 na sua conta na rede social Twitter.
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