Os papéis de motorista ou de comentador são completamente novos para Rui Sousa, que, um ano após o final da carreira, regressou à Volta a Portugal, com a nostalgia de 19 anos em cima da bicicleta.

Um ano após a sua 19.ª e última Volta a Portugal, na qual conseguiu umas das mais emocionantes vitórias da carreira, Rui Sousa mantém-se no colorido da prova, agora como motorista de convidados da organização e comentador de um canal televisivo.

"É uma vida bastante diferente, sinto alguma nostalgia e um sabor agridoce, muito feliz por cá estar, mas com alguma nostalgia por não estar dentro do pelotão. Mas estou feliz, porque deixei de correr porque quis. É natural sentir isto, porque foram 20 anos seguidos, 19 voltas a Portugal. Evidentemente que a Volta me diz muito, sempre me disse muito e foi a corrida que me fez correr até aos 41 anos", disse.

Em declarações à agência Lusa, o ciclista de Barroselas diz que agora tem "um dia a dia completamente diferente", pois "fazia 30.000 quilómetros de bicicleta por ano e agora 500".

"Não quer dizer que não vá recomeçar a dar umas pedaladas, não de forma competitiva, mas para fazer desporto. É uma vida muito diferente naquilo que é a alimentação, que é o treino diário e a dedicação. É uma vida que também estou a gostar e que não conhecia", assegurou.

Rui Sousa confidencia que "evidentemente" tem vontade de pegar numa bicicleta e que esse sentimento irá ser ainda maior quando chegarem as etapas de alta montanha, embora o "calor avassalador" que se tem sentido o faça perder um pouco a saudade.

“Sentimos essa vontade, mas estou satisfeito de aqui estar, noutras funções, a trabalhar de outra forma, e sobretudo por estar incluído no maior espetáculo do ciclismo em Portugal, talvez o maior espetáculo de desporto em Portugal. Este colorido da Volta, claro que sou suspeito, é extraordinário”, afirmou.

A ajudar nos diretos de um canal de televisão, Rui Sousa disse que quer “passar um pouco” da sua experiência, uma vez que “uma pessoa que faz 19 voltas a Portugal, naturalmente tem uma visão diferente da Volta do que as pessoas que a viveram menos”.

“Acabo por fazer este trabalho, que espero que seja útil, interessante e que ajude as pessoas”, referiu.

Além da partilha de conhecimentos com os telespetadores, também alguns dos convidados de um dos patrocinadores da Volta terão a possibilidade de receber a ‘sabedoria’ de Rui Sousa.

“Os convidados são pessoas que gostam do ciclismo, mas não têm a perceção do que é o trabalho de equipa, um colega ajudar outro. Isto será explicado durante todo o percurso. Os carros dos convidados têm quase todos ex-ciclistas, que passaram pela Volta a Portugal”, referiu Rui Sousa, que terá a companhia, entre outros, de Bruno Pires e Manuel Cardoso.

Até ao seu abandono, Rui Sousa era um dos ciclistas mais queridos do público português – ainda o é, tendo em conta o número de solicitações que tem –, com o ex-corredor a considerar que conseguiu alguma notoriedade pela sua longevidade, por ter sido “um lutador nato durante tantos anos” e pela sua forma de ser.

“Felizmente conquistei uma legião de seguidores bonita, interessante e corri muito por eles, porque as pessoas acreditavam muito mais do que eu próprio”, afirmou.

Sobre um possível sucessor no pelotão, Rui Sousa diz que há muitos ciclistas jovens, que “com o tempo vão ganhar adeptos, pelo que forem fazendo, pelo respeito que tiverem pelo público que é muito importante”.

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