Jóni Brandão (Efapel) ascendeu hoje à liderança da Volta a Portugal em bicicleta, com um ataque decisivo subida ao Larouco, ponto final da sétima etapa, onde Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista) festejopu a vitória.

Numa tirada de 156,2 quilómetros iniciada em Bragança e que Luís Gomes cumpriu em 4:25.39 horas, fazendo vingar uma fuga, Jóni Brandão foi o mais forte no grupo dos favoritos, terminando a 3.35 minutos do vencedor, com 11 segundos de avanço sobre João Rodrigues (W52-FC Porto) e 40 em relação ao também portista espanhol Gustavo Veloso, que perdeu a camisola amarela.

O chefe de fila da Efapel, quarto à partida, a 25 segundos de Veloso, foi quem melhor se adaptou ao mau tempo sentido nas rampas a caminho da meta no Larouco, a 1.503 metros de altitude. O nevoeiro, o vento e a chuva, que dificultaram a tarefa dos corredroes, motivaram mesmo o cancelamento da cerimónia de pódio, agendada para a partida da oitava etapa, em Viana do Castelo.

Pelo meio da pouca visibilidade, tanto para ciclistas como para o resto da caravana e os espetadores, Jóni Brandão atacou na ascensão final para ganhar tempo suficiente para vestir a amarela, perante a quebra de Gustavo Veloso, chegando à frente de João Rodrigues, depois de os dois ‘dragões’ terem caído na sexta etapa.

No final, tanto Brandão como Rodrigues destacaram a pequena diferença criada ao sétimo dia, mas desvalorizaram a margem. “Por um segundo se ganha e por um segundo se perde”, disseram os dois primeiros homens da geral aos jornalistas, em momentos distintos.

Brandão, segundo em 2015 e 2018, chega à amarela depois de já antes ter atacado os ‘azuis e brancos’, na liderança desde o prólogo, em dias anteriores, tendo sido penalizado em 10 segundos por ter recebido um empurrão do mecânico.

A 15 segundos segue Veloso, campeão em 2014 e 2015, enquanto o também espanhol Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano) saiu do pódio e é quarto, a 31 segundos, com Henrique Casimiro (Efapel) a fechar o ‘top 5’, a 46.

A fuga do dia, de 12 elementos, acabou por decidir-se a três, com Luís Gomes a impor-se por dois segundos a Hugo Sancho (Miranda-Mortágua) e ao espanhol Álvaro Morata (Caja Rural-Seguros RGA), segundo e terceiro, respetivamente.

Para trás ficaram ‘zangas’ e uma série de questões entre um grupo que, nas últimas dezenas de quilómetros, procurou distanciar-se mutuamente, com Luís Gomes a reforçar a liderança da classificação da montanha, em que tem mais de 30 pontos de vantagem, e atingir a maior vitória da carreira, aos 25 anos.

Em 2017, acabou em 14.º no final da geral e agora conseguiu vencer no alto do Larouco, mas admitiu que o companheiro de equipa e de fuga, Hugo Nunes, “acreditou mais” na possibilidade, que levou ainda a que os ‘axadrezados’ passem a liderar por equipas.

“É uma vitória para toda a equipa. O final foi sempre aos arranques, todos queriam isolar-se. Tentei gerir e sabia que tinha de responder. Tenho uma boa ponta final e consegui vencer. (...) Queria conservar a camisola azul. Conseguir isso e uma vitória já faz desta uma excelente Volta”, disse aos jornalistas após a vitória.

Na sexta-feira, a oitava etapa vai ligar Viana do Castelo a Felgueiras, na extensão de 158 quilómetros, com um novo final a subir, desta vez para o alto de Santa Quitéria (3.ª categoria).