A edição especial da Volta a Portugal em bicicleta não tem um protocolo rígido quanto ao número de casos de covid-19 que determina a exclusão de uma equipa, sendo esta decisão tomada em conformidade com as autoridades de saúde.
“É a gestão caso a caso entre o delegado de saúde e o médico coordenador. E eu concordo com isto: não pode haver uma tabela rígida de dois, um, três. Depende se houve contacto de alto risco ou não, depende que contacto aquele indivíduo teve com outro”, detalhou à Lusa o responsável pela equipa médico-sanitária da edição especial da corrida portuguesa.
Ao contrário do que aconteceu na Volta a França, em que o protocolo sanitário estabelecia que dois casos de infeção por covid-19 no espaço de sete dias entre os elementos de uma equipa, incluindo corredores e 'staff', significavam a exclusão imediata de uma formação, na Volta a Portugal a gestão será feita “individualmente com cada delegado de saúde” da região onde a prova estiver.
“Não há nenhum traço como existia na Volta a França, no Giro, em que havia um protocolo fechado e rígido. Nós temos um protocolo com a Direção-Geral da Saúde, mas a última palavra será sempre, em consonância, do médico organizador e da autoridade de saúde”, explicou o médico Lima Quintas.
O responsável pelo protocolo sanitário da edição especial da prova esclareceu que “não há nada estabelecido, de propósito”. “Não foi por descuido do médico coordenador, foi por exigência própria, por parte da gestão das autoridades de saúde”, sustentou.
Lima Quintas disse que vai “tentar pugnar para que haja alguma coerência nestas decisões”, para que não se verifiquem determinações “diferentes ao longo da prova”.
Para o médico coordenador, por exemplo, é normal que se infira que “o contacto de maior risco é o convivente do quarto”, e que, nesse caso, “se calhar faria sentido a exclusão”.
A edição especial da Volta a Portugal arranca hoje, com um prólogo de sete quilómetros em Fafe, e termina em 05 de outubro, em Lisboa.
Portugal contabiliza pelo menos 1.953 mortos associados à covid-19 em 73.604 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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