Orluis Aular quer fazer história na Volta ao Alentejo, tornando-se no primeiro ciclista a defender com sucesso o título de campeão, numa época em que a Vuelta será o grande objetivo do venezuelano e da ‘sua’ Caja Rural.
“Isso não sabia”, reconhece, ao ser questionado pela agência Lusa sobre se veio à 40.ª ‘Alentejana’ com o propósito de ser o primeiro corredor a ‘bisar’ consecutivamente numa corrida em que só o espanhol Carlos Barbero (2014 e 2017) conseguiu vencer por mais do que uma vez.
Ainda assim, o campeão venezuelano de fundo e contrarrelógio não esconde que “gostava de fazer história”.
“Gostaria de repetir [o triunfo]. Iremos dia a dia”, reforça, assumindo que a ideia “é lutar pela geral”.
Em 2022, Orluis Aular iniciou em Portugal uma temporada de sonho, vencendo a Clássica da Arrábida, antes de conquistar a geral, os pontos, além de duas etapas, na Volta ao Alentejo.
“O ano passado foi muito satisfatório tanto para mim como para a equipa. Fizemos uma grande temporada. Preparei muito bem o ano, sabia que era um ano decisivo, tinha de sair-me muito bem para tentar sentir-me bem comigo mesmo. Consegui sete triunfos, também estive bem na Itzulia [Volta ao País Basco], que é uma corrida muito importante para a equipa”, enumera.
A ideia este ano “é fazer igual”, segundo o também campeão de fundo dos Jogos Sul-americanos.
“Vir aqui, sair-me bem e, depois, continuar bem no resto da temporada. Este ano, temos uma motivação maior, porque estamos convidados para a Volta a Espanha, e isso dá-nos muito ânimo para o resto da época”, confessa.
Com a Vuelta, que decorre entre 26 de agosto e 17 de setembro, em mente, o corredor de 26 anos optou por iniciar a temporada numa “forma ‘menor’” - nada que se tenha notado no pelotão, já que no domingo voltou a vencer a Clássica da Arrábida, impressionando os seus adversários pela facilidade com que ganhou.
“Senti-me muito bem, as sensações eram muito boas. A nossa ideia era tentar [ganhar] com o meu companheiro [Jon] Barrenetxea. Tentou, mas não chegou. Foi absorvido pelo grupo em que eu seguia. No final, acabei por ser o mais forte desse grupito”, respondeu, depois de rir-se perante a constatação da facilidade com que triunfou.
Agora, Orluis Aular espera transpor esse estado de graça para a 40.ª edição da ‘Alentejana’, que arranca hoje com uma ligação de 168,8 quilómetros entre Beja e Ourique e com um pelotão de 125 corredores.
“Há uma etapa que é muito dura [a quarta], mas penso que venho em muito boa forma. Sei que há rivais muito fortes. Confio na minha equipa, trazemos uma excelente equipa e isso dá-me muita motivação e confiança”, defende.
Essa quarta etapa, que no sábado liga o Crato e Castelo de Vide e conta com as subidas de Cabeço do Mouro, Serra de São Mamede, Porto de Espada, Marvão e, por fim, a Serra de São Paulo, a 19,4 quilómetros da meta, substituiu nesta edição o habitual contrarrelógio de Castelo de Vide, complicando a tarefa do campeão em título.
“Defendo-me muito bem no contrarrelógio. Se houvesse um ‘crono’, seria bom para mim. Mas, ao ter uma etapa dura… confio na minha equipa e penso que podemos sair-nos muito bem”, reitera.
Para o ciclista da Caja Rural, os grandes rivais nesta Volta ao Alentejo, que termina no domingo em Évora, estão nas outras ProTeams espanholas presentes – a Burgos-BH e a Kern Pharma – e também na Trinity, além da nacional Glassdrive-Q8-Anicolor, que tem nas suas fileiras os outros dois antigos campeões presentes: Mauricio Moreira (2021) e Luís Mendonça (2018).
“A Glassdrive é uma equipa bastante forte, tem o Mauricio Moreira, que está em muito boa forma. Mas trataremos de dar o melhor de nós na estrada”, promete o dorsal ‘1’ da 40.ª Volta ao Alentejo.
Comentários