Um grande lançamento do ciclista português Rui Oliveira (UAE Emirates) permitiu ao sprinter colombiano Juan Sebastián Molano vencer a 12.ª etapa da Volta a Espanha, que continua a ser liderada pelo norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma).

Molano, de 28 anos, cumpriu os 150,6 quilómetros entre Ólvega e Saragoça em 03:23.35 horas, batendo o líder dos pontos, o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), segundo, com o neerlandês Boy van Poppel (Intermarché-Circus-Wanty) em terceiro, à frente de Oliveira, lançador do sprinter vencedor do dia.

Nas contas da geral, Kuss segurou a liderança, com 26 segundos de vantagem em relação ao espanhol Marc Soler (UAE Emirates), segundo, e 1.09 minutos para o belga Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep), terceiro. João Almeida (UAE Emirates) é sexto, a 2.16.

Em novo dia em que o pelotão da Vuelta se contentou com ‘descansar’, um dia antes do ‘temido’ Tourmalet, e que teve uma fuga frouxa e sem interesse, foi o sprint final que dominou todas as atenções.

Foi aí que o português, cada vez mais cotado como lançador, na estrada, a par dos méritos na pista, fez a diferença, levando Molano na roda nas últimas centenas de metros em que foi de longe o mais forte, com Groves menos bem posicionado e a ter de travar.

Molano fechou o assunto em cima da meta, sem grande oposição do líder dos pontos e de Van Poppel, após um trabalho que foi ‘meia vitória’ do português, quarto, que o abraçou logo após cortarem a meta.

“Hoje, o Rui fez um trabalho perfeito. Correu como tínhamos planeado. Depois da última curva, tínhamos de sair na frente”, contou o colombiano, que voltou a vencer na Vuelta após um triunfo em 2022.

O velocista não se cansou de agradecer “à equipa”, a quem dedicou a vitória, e também Rui Oliveira admitiu um triunfo coletivo num dia em que o final “foi um caos”.

“Foi um caos. A nossa estratégia era ir pela esquerda. Sabíamos que seria importante o timing no sprint, também pelo vento de frente. A 500 metros, foi um caos grande entrar. Há aqui tipos loucos”, admitiu o luso, em declarações ao canal Eurosport.

Loucuras aparte, Oliveira confiou “que podia fazer um bom lançamento”, ao sentir “que tinha boas pernas” e tinha o sprinter consigo. “Esta vitória é como se fosse minha”, atirou, já depois de novo abraço entre os dois amigos.

Na geral, os primeiros postos mantiveram-se inalterados antes de a alta montanha voltar a forçar mudanças, num dia em que João Almeida, sexto, e Nelson Oliveira (Movistar) chegaram integrados no pelotão.

Na geral, Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) é agora 44.º, Nelson Oliveira subiu a 49.º, André Carvalho (Cofidis) é 145.º e Rui Oliveira subiu a 156.º.

Na sexta-feira, a 13.ª etapa é uma das ‘rainhas’ desta edição, ligando o Formigal ao Tourmalet, famosa subida em França, em 134,7 quilómetros com mais de quatro mil metros de desnível positivo acumulado.