Marcão é brasileiro de nascença, mas já traz Portugal no coração perante o que este país lhe ofereceu no futsal. A partir do Cazaquistão, onde joga pelo Kairat Almaty, mostra-se ansioso por regressar a Portugal onde jogará a final-four da UEFA Futsal Cup.
A conversa telefónica com Marcão começou por Lisboa. E falar desta cidade é falar de saudades para o guarda-redes brasileiro que nela viveu muitos anos quer com a camisola do Belenenses quer com a camisola do Benfica.
“Estou muito ansioso. É um lugar onde fui tão feliz, uma cidade onde tenho grandes amigos e onde vivi momentos muito felizes não só em termos profissionais, até porque o meu filho nasceu aí. Fiquei muito feliz quando soube que a final-four era aí em Portugal”, começou por dizer ao SAPO Desporto.
Hoje a sua realidade é o Cazaquistão e o Kairat Almaty, clube que recentemente se sagrou campeão de futsal. O guarda-redes das luvas descreve a experiência que começou em 2014 como “muito boa”, e diz que adaptação foi fácil “até porque na equipa há muitos brasileiros”.
Sobre o país, desconhecido por muitos, diz que “é um país que está a crescer cada vez mais no futsal, e o Kairat Almaty é um exemplo do forte investimento”.
Nesta final-four da UEFA Futsal Cup, o Kairat Almaty terá pela frente na meia-final o Dina Moscovo, em contraponto com o Sporting – Barcelona da outra meia-final. Marcão reconhece que no sorteio não havia muito por onde escolher.
“Qualquer que fosse o resultado ia ser sempre complicado. Será um jogo muito tático, difícil, mas também uma grande propaganda para o futsal, aliás como todo o evento. De certeza que Lisboa vai dar um show nesta final-four e vai ser lembrada por muitos anos pelo que acontecerá dentro e fora da quadra”.
O MEO Arena estará com mais de dez mil pessoas para ver estes jogos, e Marcão diz que está ansioso porque nunca viveu um ambiente desses como jogador.
“Não me lembro de nunca ter disputado um jogo com tanta gente. Já joguei muitos dérbis com adeptos fanáticos em Portugal, mas assim com essa moldura enorme eu nunca encarei. Espero que seja uma coisa positiva para a nossa equipa, que nos motive a jogar. Estão todos aqui ansiosos, os nossos colegas perguntam-me a mim e ao Divanei como é que é lá, como é que é o MEO Arena. A gente fala que é um sítio muito bonito”, declarou.
E a conversa termina como começou: com Lisboa. Marcão tem contrato com o Kairat, mas diz que um dia talvez volte a jogar cá, contrariando o lugar comum de que não se deve voltar ao lugar onde se foi feliz. O brasileiro quer voltar a sê-lo em Lisboa.
“Claro que gostava de voltar a Portugal, Lisboa é a minha segunda cidade favorita, a primeira é São Paulo. Gostaria muito de voltar a jogar em Portugal, mas neste momento tenho contrato com o Kairat. É um país com o qual me identifico, em que vivi momentos essenciais. O futuro a Deus pertence, e vamos ver se no futuro isso acontece”, revelou.
Tempo ainda para elogiar o Benfica pela época que tem feito. À distância elogio o trabalho de Joel Rocha e mostra-se surpreso com a qualidade que os encarnados têm demonstrado. Marcão fica a torcer para que o Benfica volte aos títulos.
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