Num final trágico e injusto pela exibição, Portugal acabou eliminado pelo Cazaquistão nos oitavos de final do Campeonato do Mundo, que se realiza no Uzbequistão. Assim, os cazaques avançam para os quartos de final, onde terão de defrontar o vencedor do Argentina Croácia (amanhã, 16 horas).

A equipa de Jorge Braz só encontrou os cazaques em três ocasiões em toda a História - sendo esta a quarta. Ganhou um encontro em tempo regulamentar (fase de grupos do Mundial 200), venceu outro em grandes penalidades (meias-finais do Mundial 2021) e sofreu uma derrota (fase de grupos Euro 2016), numa amostra que é insuficiente para perceber as diferenças entre as duas equipas.

Ainda assim, a Seleção Nacional entrou bem na partida e conseguiu criar perigo com alguma facilidade nos primeiros minutos da partida. No entanto, o Cazaquistão tentou sempre disputar o jogo pelo jogo e foi mesmo a primeira equipa a marcar.

Na sequência de um lançamento lateral estudado, dois jogadores bloquearam a ação defensiva portuguesa e Yesenamanov abriu o marcador, a meio da primeira parte (10 minutos). O golo agitou Portugal, que percebeu que teria de dar muito mais se queria ultrapassar esta eliminatória, especialmente depois de ter ficado em desvantagem pela primeira vez neste Campeonato do Mundo.

Os jogadores cazaques mostraram-se bastante agressivos defensivamente e davam pouco espaço aos portugueses para jogar. Zicky ainda ia conseguindo furar a muralha, mas na cara do golo não estava com a eficácia habitual. No último segundo da primeira parte, Afonso Jesus ainda teve o empate nos pés após um grande contra-ataque, mas Higuita respondeu à altura e evitou a igualdade.

Segunda parte não podia começar melhor

Jorge Braz deu a lição ao intervalo e os seus pupilos não demoraram a dar resposta. Ainda nem 15 segundos tinham passado na segunda metade e a primeira falta do Cazaquistão custou-lhes caro: Bruno Coelho rematou rasteiro e Zicky emendou os calcanhares falhados na primeira parte, fazendo o golo do empate em grande estilo.

O golo aumentou a confiança da Seleção Nacional e isso era visível nas combinações mais arriscadas e nos momentos de um para um que iam sendo cada vez mais frequentes. Além disso, o domínio português começou e os cazaques demonstraram muitas dificuldades em chegar à baliza lusa a partir do golo do empate.

À medida que o jogo ia desenrolando as equipas ficavam com mais medo de perder do vontade de ganhar e tornaram-se mais calculistas e menos criativas. Enquanto Portugal optou pelas sucessivas trocas de bola entre os jogadores para criar desequilíbrios, o Cazaquistão tinha de recorrer ao 5x4 com o guarda-redes para conseguir rematar.

Numa das melhores ocasiões da segunda metade, aos 35 minutos, Fábio Cecílio fez um potente remate de meia distância e a bola encaminhou-se para o ângulo superior da baliza de Higuita, mas o guarda-redes fez uma grandiosa defesa para evitar o 2-1.

Num final trágico, Tursagulov apareceu dentro da área para fazer o 2-1 quando faltavam apenas 14 segundos para o final da partida, num dos poucos lances ofensivos de real perigo que o Cazaquistão conseguiu criar.

Portugal deu tudo para igualar e ainda introduziu a bola dentro da baliza naquele que seria o 2-2, mas o jogo tinha acabado há um centésimo de segundo. Jorge Braz ainda pediu ao VAR para verificar se o golo não estava dentro da legalidade, mas não havia nada mais a fazer.

Assim, a Seleção Nacional despede-se do Campeonato do Mundo após três vitórias e uma derrota.