Ricardinho remeteu o favoritismo no Mundial de futsal de 2016 para os “cónicos vencedores” Brasil e Espanha, apontando como primeira meta “passar a fase de grupos” para depois “passo a passo” ver até onde Portugal poderá chegar.

“Nós levamos sempre expectativas muito altas porque somos jogadores ambiciosos. Somos uma família que trabalha bastante para representar a seleção. Obviamente que queremos sempre melhorar o que foi feito no último. Na Tailândia podíamos ter feito algo bonito depois de estar a ganhar por 3-0, não conseguimos aguentar essa vantagem”, referiu Ricardinho, em entrevista à agência Lusa.

Aquele que foi o autor dos tais três golos que davam vantagem nos quartos de final do Tailândia2012 mas que Portugal acabaria por perder por 4-3 com a Itália, foi eleito, a 20 de maio, o melhor jogador de futsal do mundo, depois de ter conquistado o mesmo troféu em 2010 e 2014, mas ainda que prometa “magia”, preferiu “não individualizar”.

“Olho ao coletivo (…). Tento puxar pelos meus companheiros e mais agora que tenho uma tarefa importante, sendo capitão. Mas sozinho não ganhamos nada. É uma competição e uma modalidade que depende de vários jogadores e estamos a trabalhar bem”, apontou.

O ala internacional português marcou seis golos em fases finais de Mundiais em nove jogos – um no Brasil2008 e cinco no Tailândia2012 –, mas para o Colômbia2016 não quis estabelecer metas.

“Quero marcar o máximo de golos possível para poder ajudar Portugal a ganhar e se puder fazer algumas daquelas magias que o público paga bilhete para ir ver, vou tentar”, disse.

Questionado sobe se Portugal poderá beneficiar do facto de ter a ‘estrela’ mundial do futsal para amedrontar os adversários, o atleta que atua nos espanhóis do Inter Movistar resumiu com a expressão “pau de dois bicos”.

“Uma seleção quando tem o melhor, todas as seleções querem ganhar para provar que conseguiram ganhar. Mas também podem-se amedrontar e encolher um pouquinho e nós temos de aproveitar esse fator”, disse.

Aos ‘favoritos’ Brasil e Espanha, Ricardinho juntou o Irão e garantiu que Portugal está apostado em intrometer-se nesse lote, opinião semelhante à do ala sportinguista Pedro Cary que juntou a Rússia.

“Sabemos que vamos defrontar grandes seleções, mas se fizermos o nosso trabalho como deve ser, passando o grupo, poderemos pensar em algo mais. Portugal sendo uma das potências na modalidade tem de ter noção do valor que tem”, disse.

Também Cary traçou como primeira meta a passagem de grupo, acrescentando que será importante “passar em primeiro lugar” apesar de admitir que a tarefa é “difícil” porque um dos adversários é a Colômbia que jogará perante o seu público, logo com ‘fator casa’.

“Portugal tem noção das suas qualidades mas também tem noção das suas limitações. O que é importante é do ponto de vista coletivo tentar colmatar essas limitações. Passo a passo iremos conquistar coisas bonitas”, referiu o jogador que vê a vitória portuguesa no Europeu de futebol, bem como as “excelentes prestações” em outras modalidades como “motivação” para a equipa de futsal portuguesa.

“Portugal tem grandes exemplos de desportistas que fazem do desporto a sua vida e esforçam-se ao máximo. Essa também é a nossa ambição”, rematou.