A revelação foi feita hoje por João Ataíde, durante a reunião do executivo, que aprovou, por unanimidade, a contratualização de um empréstimo de 2,3 milhões de euros para pagar as expropriações dos terrenos necessários ao campo de golfe.
O município, disse o presidente da Câmara, garantiu na segunda-feira um montante de 4,5 milhões de euros de financiamento junto do Instituto de Turismo de Portugal, verba respeitante às contrapartidas da zona de jogo da Figueira da Foz. "Ontem acolhi a luz verde necessária para este projecto", frisou o autarca.
O ponto de ordem de trabalhos respeitante ao empréstimo de 2,3 milhões de euros provocou uma tensa discussão entre o presidente da Câmara e o vereador do PSD Miguel Almeida, que se queixou de não ter tido acesso a informação prévia sobre o destino a dar àquela verba.
Visivelmente irritado, o presidente da Câmara retorquiu que o projecto do Parque Desportivo de Buarcos, que inclui o campo de golfe e outras valências, foi adjudicado à construtora Somague por 15 milhões de euros no anterior executivo, de maioria PSD, sem financiamento garantido e violando instrumentos de gestão territorial.
"Nós estamos a operacionalizar este assunto e a cumprir as obrigações assumidas pelo anterior executivo. Estamos a resolver o problema do financiamento e ordenamento do território", explicou.
"Para mim há um passado, para o senhor vereador [Miguel Almeida] não há. Começámos pela base a tentar resolver uma situação muito complicada, que hipoteca a gestão desta casa", acrescentou.
Já Daniel Santos, do movimento independente Figueira 100 por Cento, frisou que um campo de golfe em Buarcos "não está consagrado em PDM [Plano Director Municipal]", afirmação que o executivo socialista contestou.
"Não é incompatível", respondeu António Tavares, vereador com o pelouro do Urbanismo.
O empréstimo de 2,3 milhões de euros, que acabou aprovado por unanimidade, põe fim, segundo João Ataíde, a "quatro longos anos de incidentes no processo de expropriações".
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