Carlo, Roberto e Bruno são os três irmãos Benedetto que hoje unem ‘sticks’ na seleção de França para enfrentar a seleção portuguesa no europeu de hóquei em patins, encontro que vai decidir a vitória no grupo A.

Onze meses separam o mais velho, Carlo, de 21 anos, e Roberto e Bruno, de 20, assim como os respetivos clubes que representam na primeira divisão espanhola, sendo que os gémeos atuam no Lérida e o outro no Liceo, que ‘habita’ no Palácio dos Desportos Riazor, onde se realiza o torneio e no qual somam 14 golos, dos 25 apontados pela equipa.

“Inseparáveis desde sempre”, os filhos de pai italiano e mãe galega encontraram o hóquei “por sorte”, quando, em crianças, a mãe os levava a praticar todos os desportos e ficaram pela patinagem, tendo depois sido obrigados a optar entre a patinagem artística e o hóquei, escolhendo o que para eles era “óbvio”.

“Desde pequenos que vínhamos de férias para aqui [Corunha] em família, sempre conheci o Liceo que é um grande clube da Europa. É especial jogar no clube na cidade da tua mãe”, indicou Carlo, acrescentando que a aventura fora do país de origem “ajudava na seleção, porque é um salto de qualidade”.

Para esta edição da prova, a França só pôde trazer oito jogadores, seis de campo e dois guarda-redes, apesar de o campeonato nacional “estar a crescer, agora que os clubes apostam não só nos seniores, mas também na formação”, segundo contou Roberto.

”Os Jogos Olímpicos de 2024 são em França, então apostaram todo o dinheiro nos desportos olímpicos e nós ficámos de fora, tal como os outros desportos de patinagem e tiraram-nos 75% do dinheiro que tínhamos”, explicou Bruno.

Sobre o jogo contra Portugal, Roberto quer “vingar a derrota sofrida no Mundial, na China, na qual houve algumas decisões erradas”, mas conferiu que o importante “era passar em primeiro ou segundo lugar para a meia-final ficar mais acessível”, visto que é esse o objetivo deste ano, embora Carlo assuma que depois dessa fase quer “sempre mais”.

“Na equipa de Portugal, se pegarmos num jogador e comparamos com um nosso, é claro que o português é melhor. Mas nós apoiamo-nos no coletivo, na defesa, jogar em equipa e achamos que com as nossas forças podemos causar ‘mossa’ em Portugal”, afiançou Bruno, cujo ídolo era Reinaldo Ventura.

Os três irmãos destacam o campeonato português como o melhor do mundo e colocam “Portugal e Espanha num nível superior, Itália a seguir e a França depois”, com Roberto a referir que mesmo que ganhem este ano “as pessoas vão falar do crescimento, mas enquanto os títulos não forem regulares” vão ficar sempre abaixo.

“Ainda temos que evoluir a nível de jogo, equipa e resultados para chegarmos ao topo. Toda a nossa equipa, menos um jogador, vai jogar em Portugal ou Espanha no próximo ano, o que vai dar mais nível à equipa, porque vão ganhar o ritmo desses campeonatos”, revelou Carlo.

Os irmãos recusaram a hipótese de conquistar mais praticantes para a modalidade em França, embora fiquem “contentes que as crianças que já joguem hóquei” os vejam como exemplos, frisando que a responsabilidade de “levar mais miúdos a praticar é dos clubes”, que deviam olhar para si “como prova de que o hóquei francês tem futuro”.

Sobre a relação entre irmãos, o mais velho, Carlo, brincou dizendo que manda neles, “mas eles não admitem”.

“Só temos 11 meses de diferença, é como se fossemos trigémeos. Crescemos juntos, fomos para a escola juntos, os amigos são os mesmos, por isso não há diferença de eu ser o mais velho”, contou, enquanto os mais novos concordaram, relutantemente.

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