O treinador da Argentina, José Luis Páez, espera "um jogo lindo" na final de domingo do Mundial2019, em Barcelona, Espanha, e admitiu ser admirador do "hóquei em patins espetacular" de Portugal.

"Gosto muito do hóquei em patins português, porque, hoje em dia, jogam com o contrário e não contra, como acontecia antes. Melhoraram muitíssimo e eu admiro muito o seu jogo", disse José Luis Páez, de 50 anos, que, enquanto jogador, era conhecido como ‘El Negro'.

Portugal e Argentina decidem a sucessão da ainda campeã em título Espanha, vencedora de seis das últimas sete edições, num duelo marcado para as 17:00 (hora de Lisboa, mais uma em Espanha), no mítico Palau Blaugrana, casa do poderoso FC Barcelona.

As seleções já se defrontaram na fase de grupos, tendo empatado a 1-1, situação que permitiu à Argentina passar aos quartos de final em primeiro lugar do grupo B, devido à melhor diferença de golos, mas José Luiz Páez afirmou que "o jogo da final vai ser diferente".

"Já sabemos de que forma joga Portugal, mas eles não sabem como vamos jogar, pois iremos tentar corrigir alguns erros. Vamos melhorar e vai ser um jogo lindo", disse o treinador, destacando a "experiência dos excelentes jogadores" lusos.

José Luis Páez disse estar com os "pés bem assentes na terra", por muitas ilusões que tenha, e considerou que a seleção que vencer, vencerá porque “é esse o momento e se não for este o momento da Argentina, mas de Portugal, será o próximo".

A Argentina apurou-se para a final com um triunfo sobre a surpreendente França, que irá decidir com a Espanha o terceiro lugar, mas o treinador da seleção sul-americana não ficou totalmente satisfeito com o desempenho da sua equipa.

"Não se viu a Argentina que se devia ver, por culpa própria, dado que nós somos o nosso principal inimigo. Cometemos erros defensivos e não tivemos posse de bola quando devíamos. Criámos situações de golo, mas falhámos e isso provocou algum nervosismo, medo, pânico e bloqueios", disse.

O treinador promete "melhorar esses aspetos, para não dar essa arma à seleção portuguesa", e assumiu que irá jogar para o espetáculo e não para o resultado e que a equipa que cometer menos erros ganhará o título em jogo na final de domingo.

"Há quem fique só contente com o resultado, mas eu não. Gosto de disciplina e ordem no jogo e o resultado é o reflexo disso mesmo, do trabalho e da preparação. Temos que erradicar o erro e essa será a vantagem para uma final", explicou.

José Luis Páez destacou o fator positivo de ter a presença de vários dos seus jogadores a competir no campeonato português, colegas nas principais equipas ou adversários dos portugueses, pelas vantagens inerentes a essa situação.

O selecionador reconheceu que, dado o hóquei argentino estar uns furos abaixo do europeu, os seus jogadores só a jogar nas principais equipas é que podem evoluir e o facto de se encontrarem a atuar em Portugal faz com que já conheçam os adversários.

"Os jogadores [argentinos] para evoluir têm que vir para a Europa e ainda bem que estão a jogar fora e podemos ter este nível", considerou José Luiz Páez, que, enquanto jogador, se sagrou duas vezes campeão mundial e acumulou títulos com as cores do FC Barcelona.

Carlos Nicolia e Lucas Ordóñez (Benfica), Matias Platero e Gonçalo Romero (Sporting) e Reinaldo Garcia (FC Porto) são algumas das armas ‘portuguesas' às ordens de José Luis Páez para a final do Mundial2019, no Palau Blaugrana.

"Não é fácil preparar uma seleção em 20 dias, mas essa é a dificuldade inerente a ter os jogadores a jogar fora do país", reconheceu o treinador.

A Argentina, que será a anfitriã da próxima edição dos World Roller Games, em 2021, nos quais se integra o Campeonato do Mundo de hóquei em patins, venceu o último título em 2015, enquanto Portugal, que perdeu a última final, tem que recuar até 2003.