Ricardo Cunha, guarda-redes de hóquei em patins da Associação Desportiva "Os Limianos", despromovida da I divisão nacional, está em greve de fome à porta da sede do clube desde segunda-feira, reclamando salários em atraso.
O protesto de Ricardo Cunha começou às 18h00 de segunda-feira e o atleta, que na última época foi capitão de equipa do clube de Ponte de Lima, garante que a greve de fome é para continuar até receber os dois meses e meio de pagamentos em atraso.
«Sinto-me humilhado. Andei a pagar para jogar e treinar nos últimos meses e nem uma resposta me dão, a não ser andar sempre a adiar e a empatar. A mim e aos meus colegas, porque não sou só eu nesta situação", disse hoje à agência Lusa o ex-guarda-redes da equipa sénior da Associação Desportiva "Os Limianos», que terminou a última época no penúltimo lugar do campeonato.
Contactado pela agência Lusa, o responsável pela secção de hóquei em patins do clube confirmou a situação e garantiu que os pagamentos aos atletas serão feitos logo depois de recebidas as verbas em atraso de alguns patrocinadores. Adriano Martins não se comprometeu, no entanto, com datas ou mais informações sobre o caso, apesar de "lamentar" a imagem que está a ser passada.
Já o jogador, de 33 anos, mantém-se à porta da sede do clube, na vila de Ponte de Lima, e garante que só há duas formas de terminar o protesto: «Ou de ambulância ou com os 1.150 euros que me devem na mão. Mas até agora, ao fim de um dia, ninguém me veio dar qualquer satisfação».
O atleta reside na Maia e estava há um ano e meio a representar a equipa de Ponte de Lima, depois de passar por outras equipas, também na primeira divisão de hóquei em patins.
Entretanto, face às dificuldades económicas no país, Ricardo Cunha já tomou a decisão de emigrar para Angola, onde já tem garantido um emprego como vendedor.
«Tenho viagem marcada para 29 de julho, só não tenho é dinheiro para as vacinas», ironizou.
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