O guarda-redes de hóquei em patins Ricardo Cunha foi hoje hospitalizado depois de cinco dias em greve de fome à porta da sede da Associação Desportiva "Os Limianos", de Ponte de Lima, a reclamar salários em atraso.
A informação foi confirmada pelo próprio hoquista, dando conta do seu internamento no Hospital de Ponte de Lima durante a tarde de sábado, para realização de vários exames médicos, ao fim de um período de 120 horas de protesto.
Desde as 18:00 de segunda-feira que não ingeria qualquer alimento, estando agora a receber tratamento médico, encontrando-se em situação estável.
Numa mensagem que escreveu já no hospital, Ricardo Cunha assume que «já não podia continuar» com a greve de fome e que os três filhos «precisam do pai em casa e com saúde».
O atleta, que até meados de junho representou a equipa de Ponte de Lima, que acaba de ser despromovida da I divisão nacional, reclama dois meses e meio de salários em atraso, no total de 1.150 euros.
«Sinto-me humilhado. Andei a pagar para jogar e treinar nos últimos meses e nem uma resposta me dão, a não ser andar sempre a adiar e a empatar. A mim e aos meus colegas, porque não sou só eu nesta situação», disse à agência Lusa, quando iniciou a greve de fome, o ex-guarda-redes da equipa sénior da Associação Desportiva "Os Limianos", que terminou a última época no penúltimo lugar do campeonato.
Nos cinco dias de protesto junto à sede do clube de Ponte de Lima, o hoquista de 33 anos garante não ter recebido qualquer contacto da direção do clube, pelo que continua a reclamar os pagamentos referentes aos meses de abril, maio e junho.
Contactado na ocasião pela agência Lusa, o responsável pela secção de hóquei em patins do clube garantiu que os pagamentos aos atletas serão feitos logo depois de recebidas as verbas em atraso de alguns patrocinadores. Adriano Martins não se comprometeu, no entanto, com datas ou mais informações sobre o caso, apesar de «lamentar» a imagem passada com este protesto.
Ricardo Cunha reside na Maia e estava há um ano e meio a representar a equipa de Ponte de Lima, em que era também “capitão” de equipa e responsável pela formação, depois de passar por outras equipas, também na primeira divisão de hóquei em patins.