O título de campeão europeu e o segundo campeonato consecutivo, no mesmo ano, deram ao hóquei em patins do Benfica a sua melhor época de sempre, na qual o técnico Pedro Nunes enaltece a força das ‘águias’.

“Se olharmos ao trajeto da equipa nos últimos campeonatos, é consensual achar que o Benfica tem sido superior a todos os seus adversários”, começou por dizer o treinador, em entrevista à agência Lusa.

O balanço da época 2015/16 é mais do que positivo, “fantástico” na opinião do técnico, mesmo apesar de as ‘águias’, já na reta final, terem falhado um outro objetivo, a conquista da Taça de Portugal, perdendo na final com o rival FC Porto.

O campeonato parece ter sido um passeio para o clube, depois de assumir cedo a liderança e nunca mais a largar.

Faltavam ainda quatro jornadas para o final e o título era uma garantia, em dia de meias-finais europeias, na Luz, e só a partir daí é que a equipa sofreu as primeiras derrotas (com FC Porto e Oliveirense), quando já nada havia a perder.

“Pode ter parecido fácil, transformámos nós um campeonato que à partida era considerado por todos, eu continuo a considerar, o mais competitivo de sempre, num campeonato mais fácil. Fomos extremamente regulares até nos sagrarmos campeões nacionais”, defendeu Pedro Nunes.

Para o responsável das ‘águias’ terá sido essa regularidade, apenas com dois empates (Oliveirense e Óquei de Barcelos, ambos fora) antes de se sagrarem campeãs, que terá causado “desânimo nos principais adversários”.

Pelo meio ficam momentos-chave na conquista: “quando ganhámos em casa ao Sporting 9-0, foi um sinal claro de que o Benfica estava de volta, aquele Benfica forte da época anterior que se mantinha para a época de 2015/16, a vitória sobre o FC Porto em casa, a 1.53 minutos a perder por 4-3 e a vitória por 6-4”.

Outros foram, na opinião do técnico, o empate em Oliveira de Azeméis (4-4) após a pausa de natal e num jogo em que o Benfica empata a dois segundos do final, ou a igualdade em Barcelos (3-3), um jogo sobre o qual Pedro Nunes deixa muitas críticas.

“Fomos literalmente empurrados para baixo. Não é que não nos tivessem deixado ganhar, queriam mesmo que nós perdêssemos”, criticou o responsável ‘encarnado’, que ainda vê a arbitragem portuguesa com muitos problemas.

Da época fica também a estranheza do clube comemorar o título – face ao resultado do FC Porto - no dia em que disputava com o FC Barcelona as meias-finais da Liga Europeia, e sem que jogadores ou adeptos se pudessem envolver na conquista.

Há 18 anos, desde 1998, que a equipa não se sagrava bicampeã e o momento aconteceu em plena disputa europeia.

“Obviamente que ficámos satisfeitos, mas o elevado sentido de responsabilidade e a concentração que tínhamos na Liga Europeia não nos permitiu festejar condignamente e não permitiu também aos adeptos que o fizessem porque estávamos focadíssimos nos jogos da Liga Europeia e só assim foi possível também conquistá-la”, justificou, dizendo não fazer sentido jogarem-se jogos do nacional quando se está a disputar a Liga Europeia.

A próxima época já está sob a mesa, com o técnico a salientar que o Benfica não promete, mas “assume o compromisso de acabar” com o hiato de 36 anos e "conquistar o tricampeonato”, algo que não acontece desde 1980.

“Promessas? Não as consigo fazer. Se o Benfica veio para ficar? É esse o nosso objetivo, é a nossa intenção e tem que ser esse o nosso compromisso”, assumiu.

Segundo Pedro Nunes o plantel está fechado, com as saídas de Marc Torra e Pedro Henriques, que rumam ao Reus, e as entradas de Diogo Almeida e a subida, desde a formação, de João Sardo, enquanto se mantém Guillem Trabal, Miguel Rocha, Diogo Rafael, Valter Neves, João Rodrigues, Tiago Rafael, Jordi Adroher e Carlos Nicolia.

“O plantel está definido e é conhecido. Normalmente os treinadores dizem que os plantéis não estão fechados, este está fechado. É com este que vamos disputar o próximo campeonato e é um plantel que na minha perspetiva e de toda a estrutura é suficiente para continuarmos a discutir todos os títulos em que estamos envolvidos e que na próxima época são seis”, concluiu.