O selecionador português de hóquei em patins considerou hoje que há uma “reflexão a fazer” depois da derrota (4-2) de Portugal na final do Campeonato da Europa frente a Espanha, apontando que essa partida “deve servir de aprendizagem”.
“Há uma reflexão a fazer, mas não sou eu que a tenho de fazer. Limito-me a treinar para sermos melhores, o resto ultrapassa-me, não sou eu que tenho de resolver”, disse Renato Garrido, no regresso da comitiva nacional, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.
O técnico considerou que essa final, frente aos espanhóis, foi decidida nos “detalhes e pormenores”, mas reconheceu que Portugal “não esteve tão assertivo como em outras ocasiões”.
“Que seja uma aprendizagem para o futuro. Depois de tantos adversários fortes, nomeadamente com a Espanha na fase de grupos, que foi um jogo diferente, não conseguimos [na final] materializar o nosso bom hóquei”, acrescentou.
O selecionador nacional lembrou que este Europeu foi disputado “num modelo competitivo diferente e muito desgastante”, mas apontou que “faltou um pouco mais” à equipa das ‘quinas’ no derradeiro jogo.
“Houve fatores que não conseguimos controlar. Permitimos à Espanha uma vantagem folgada e faltou-nos mais objetividade na finalização para trazer uma Taça que tanto ambicionávamos”, completou Renato Garrido.
A ideia foi partilhada pelo capitão de equipa nacional, João Rodrigues, que, ainda assim, considera que a prestação do grupo neste Europeu deve ser um “orgulho para os portugueses”, lembrando que “chegar a uma final já é algo digno de registo”.
“Espanha tem-se superiorizado nas finais e se soubéssemos o que tem faltado já tínhamos vencido. O que perdemos para trás já não podemos recuperar, e temos agora de pensar nas próximas competições e dar tudo por Portugal como sempre temos feito”, disse o jogador de representa o FC Barcelona.
João Rodrigues falou de uma seleção “que está triste, mas orgulhosa e de consciência tranquila”, e mesmo reconhecendo que esta derrota vai proporcionar que os próximos dias "sejam difíceis”, aponta já ao futuro.
“Cabe-nos voltar a tentar. Temos de recuperar e continuar a trabalhar”, rematou.
Já Gonçalo Alves, avançado que marcou os dois golos lusos na final, recuperou alguns incidentes desse duelo de sábado frente à Espanha, embora insistindo que Portugal deve estar “orgulhoso” da prestação da seleção neste Campeonato da Europa.
“Após sofrermos o 3-0, foi uma ‘montanha’ difícil de escalar, mas demos o máximo, reduzimos para 3-2, e estávamos a dar tudo para chegar o empate. Mas voltar a sofrer novo golo trouxe desânimo. Lutámos sempre, e não nos podem tirar o mérito do trabalho”, apontou o atacante que representa o FC Porto.
Gonçalo Alves considerou que Portugal tem tido “falta de sorte” nos jogos decisivos com Espanha nos últimos anos, mas considerou que a seleção nacional “está no caminho certo”.
“Se temos chegado às finais, é sinal que estamos perto de ganhar. Desta vez não fomos felizes, pois demos tudo para trazer o título. Temos de continuar a tentar”, desabafou.
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