Angola tem condições de se posicionar entre os quatros primeiros do campeonato do mundo de hóquei em patins, a decorrer em Setembro, pelo envolvimento do país, as condições excepcionais de preparação e, sobretudo, pelo enquadramento competitivo, comparativamente ao grupo de que faz parte.
Esta foi a antevisão do treinador português António Gaspar, em entrevista esta sexta-feira à Angop em Luanda, quando abordava as possibilidades da selecção anfitriã, na prova marcada para 20 a 28 de Setembro nas cidades de Luanda e Namibe.
O ex-selecionador luso de júnior argumentou que na primeira fase o combinado nacional defrontará no grupo C Portugal, Chile e África do Sul, vaticinando uma derrota no primeiro jogo e vitória nos dois últimos.
Reiterou que por todo investimento humano, material, financeiro e emocional que, aos vários níveis, estão a registar-se tendo em vista o Mundial, «só pode resultar numa boa participação».
Acrescentou que tendo também em atenção a forma de disputa da competição, em que Angola (tal como as restantes 15 selecções) terá seis jogos por disputar, com três vitórias é possível chegar aos quatro primeiros lugares.
Na sua óptica, o público vai desempenhar seu papel de sexto jogador lotando os pavilhões e ainda com o facto de ser o primeiro evento do género em África, o moral dos angolanos será elevado e poderão surpreender qualquer adversário.
Mas numa análise mais comedida, a constatação é de que na primeira fase os anfitriões perderão com Portugal, como tem acontecido ao longo dos anos, estando depois obrigados a vencer os chilenos e, fundamentalmente, os sul-africanos, que, na sua opinião, são os mais fracos do grupo.
De acordo o vaticínio do treinador e coordenador da modalidade no clube 1º de Agosto, com três triunfos é possível chegar aos quatro primeiros lugares, mas se vencer por quatro vezes estará lá garantidamente desde que as duas primeiras sejam na primeira fase (contra a África do Sul e Chile) e depois a outra na fase seguinte.
Estando numa série com Portugal, Chile e África do Sul, é obrigatório Angola vencer os sul-africanos como os outros dois integrantes o farão por ser a formação com menos argumentos justificando-se por isso a alternância todos os anos entre o Mundial do grupo A e do B.
Segue-se o Chile, cujo histórico dá vantagem aos angolanos com três vitórias, um empate e uma derrota. Depois vem Portugal, a quem nunca venceu.
Acontecendo assim, Angola termina a primeira fase na segunda posição, atrás de Portugal e nos quartos-de-final, de acordo com uma projecção com base no histórico de casa conjunto, pode jogar com Moçambique ou Itália, duas apuradas do grupo D, que superariam Colômbia e EUA.
Com Moçambique, excepto o mais recente Mundial em que perdeu e empatou, Angola sempre venceu a selecção do Índico.
Para António Gaspar, caso calhasse a Itália não seria mais difícil atingir o objectivo porque os transalpinos estão num processo de renovação, depois de uma fase de louros entre a época de 70 e 80 em que tinha muitos e bons jogadores a evoluírem no campeonato local e por isso possuíam uma selecção competitiva. Mas após situações fundamentalmente financeiras a Itália está agora a tentar ressurgir.
«Além da capacidade competitiva, há sempre outros factores que se devem levar em conta tais como o clima, a ambientação com o piso da quadra, o público em massa nos pavilhões. Pela minha experiência, tudo isso vai influenciar fundamentalmente nas selecções menos preparadas», frisou.