Em comunicado, os ‘encarnados’ dizem que “o judo nacional precisa, com urgência, de disponibilidade honesta para o diálogo”, criticando Jorge Fernandes por “colocar o ego acima dos interesses da modalidade e do país”.

Para os lisboetas, há ameaças e pressões por parte do dirigente federativo, uma “insidiosa vontade em responsabilizar o Benfica” e uma “recusa perante sucessivas tentativas de consenso”, manifestando total solidariedade para com Ana Hormigo, afastada do cargo de selecionadora.

“O Sport Lisboa e Benfica mantém confiança total nos seus judocas olímpicos, desrespeitados nesta relação com o presidente da FPJ, com particular destaque para Telma Monteiro”, pode ler-se na nota.

A falta de “estratégia para garantir uma preparação olímpica” aos atletas prejudica a modalidade, considera o clube, que volta a criticar o presidente da FPJ por não ser “solução para o futuro”.

Bloco de Esquerda (BE) e PSD pediram já audiências parlamentares sobre o diferendo em curso no seio do judo nacional, na sequência do conflito entre sete judocas, seis deles olímpicos, e a federação.

Na segunda-feira, o secretário de Estado lamentou as divergências entre atletas e a Federação Portuguesa de Judo, considerando que há situações na modalidade que “têm de ser esclarecidas”.

“Lamento que não tenha imperado o bom senso na modalidade, e face às acusações que são feitas por um conjunto de atletas relativamente à Federação, importa esclarecer algumas situações”, disse João Paulo Correia, à margem de uma visita às instalações do Paços de Ferreira, clube da I Liga de futebol.

O governante, que anteriormente já tinha mediado algumas divergências entre atletas e federação, disse "não poder fingir que não há um desentendimento grave na modalidade”, mas acredita que "pode ser resolvido".

No verão, judocas como Telma Monteiro, Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes, Bárbara Timo, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes escreveram uma carta, na qual acusavam o presidente de Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, de opressão, discriminação e ameaças, lamentando o “clima insustentável e tóxico”.

O dirigente federativo contrapôs, dizendo que os atletas têm direitos e deveres e não podem “denegrir a imagem das pessoas”, recusando novamente as acusações que lhe foram feitas na carta aberta, lembrando que em relação às verbas do projeto olímpico “não existe dinheiro para tudo”.