Um inédito título mundial de maratonas do canoísta pentacampeão da Europa José Ramalho, que compete no sábado na Vila de Prado, contribuiria para “aproximar ainda mais os portugueses à modalidade”.
“Tirando 2007 e 2008, desde 2004 que a seleção de maratonas tem trazido sempre medalhas dos campeonatos do Mundo. Obviamente, aproveitando esta maré de mediatismo positivo sobre a canoagem perante os resultados dos mundiais de pista (com Fernando Pimenta bicampeão), iremos tentar aproveitar a onda para projetar e dar a conhecer melhor esta modalidade a todos os portugueses”, disse à agência Lusa o selecionador Rui Câncio.
De quinta-feira a domingo, cerca de 1.000 canoístas de 38 países – de acordo com a Associação Europeia de Canoagem será o segundo mundial mais concorrido de sempre - vão disputar os mundiais de maratonas no rio Cávado, na Vila de Prado, em Vila Verde, Braga, no lugar onde se disputaram os Europeus em 2013 e a Taça do Mundo em 2016.
“As expectativas são boas, obviamente. Temos o campeão da Europa (José Ramalho K1), que vai tentar, mais uma vez, lutar pela única medalha que lhe falta em mundiais, o ouro”, destacou o técnico.
Rui Lacerda, vice-campeão da Europa em C1, procura o primeiro pódio mundial enquanto sénior, na companhia do veterano Nuno Barros, já várias vezes medalhado, destacando-se o título em 2010, em Banyoles, Espanha.
“Esperamos bons resultados. Temos uma equipa jovem, forte e motivada. Que as coisas corram bem de quinta-feira a domingo”, prosseguiu o treinador, confiando que os juniores também podem subir ao pódio, destacando Leonardo Vicente em C1.
Rui Câncio admite a “pressão” dos portugueses competirem em casa, porém confia que “a vantagem de conhecer o rio” é bem superior, acreditando que esses “detalhes” poderão ser “decisivos” em diversas situações.
“Cabe aos atletas - e a mim - fazer ver que essa pressão lhes é favorável. Têm o público a apoiar – e de que maneira - na margem e a vantagem de conhecerem o rio, em detrimento dos outros que só treinaram duas ou três vezes”, reforçou.
A maior expectativa está no seu pupilo José Ramalho, seis vezes campeão da Europa – ‘penta’ consecutivo – que foi bronze (2009, 2014 e 2016) e prata (2012), mas o ouro acabou sempre por lhe escapar.
“Acima de tudo, não deve ter medo de arriscar. E deve acreditar mais nele no momento certo das provas. O campeão do Mundo, o sul-africano MgGregor, não vai competir, será menos um grande adversário. Ramalho é quem melhor conhece o rio. Pode ser que, à semelhança da medalha do Pimenta (K1 1000), o José Ramalho também possa dar um belo presente, uma alegria muito grande aos portugueses”, desejou.
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