O canoísta pentacampeão da Europa de canoagem, José Ramalho, admite que deve agir mais e pensar menos para conquistar um inédito título mundial, no sábado na Vila de Prado, em Braga.

“No Europeu sinto-me mais à vontade, pois já venci mais vezes. Chego mais descontraído. Como nunca ganhei o mundial, ano após ano questiono-me se será desta. Sinto em alguns momentos mais especiais alguma indecisão, o que não acontece nos Europeus, quando as coisas saem automaticamente. Se calhar penso de mais e não o devia fazer tanto”, admitiu, em declarações à agência Lusa.

O vila-condense, que já soma seis títulos europeus, tem três bronzes mundiais, em 2009, 2014 e 2016, bem como uma prata, em 2012, foi igualmente vice-campeão da Europa em 2013, em Prado, no rio Cávado.

Nesse sentido, assume que será “ainda mais ofensivo do que o habitual”, procurando uma tática mais arrojada que vá desgastando os adversários, nomeadamente “nas partes mais traiçoeiras do rio, algumas das quais não permitem mais do que três canoístas juntos”.

“O rio Cávado parece-me ideal para se impor um ritmo bastante forte. No regresso, a aproximação à portagem é muito complicada. Há corrente e baixios. É uma zona que claramente vai dividir a prova em grupos”, considerou.

José Ramalho assume que está em boa condição física e psicológica: “Está tudo em ordem, preparado. Sinto-me muito bem na água. Para ser campeão do Mundo, além da forma também é preciso que seja o dia D, estar mesmo a 100 por cento. Quando me sentar no caiaque, logo saberei”.

O canoísta garante que “é maior a motivação do que a pressão” pelo facto de competir em Portugal, revelando que já está habituado a estar a “exame” no país.

Nas regatas em linha, há menos de duas semanas, em Montemor-o-Velho, Fernando Pimenta revalidou o título mundial de K1 5000 e conquistou, finalmente, o que desejava nos 1.000 metros, distância olímpica.

“Também gostava de ‘matar’ esse borrego, mas se ele fugir nada posso fazer. O Pimenta cometeu o enorme feito de conquistar dois ouros mundiais em pouco mais de 24 horas. Um motivo de orgulho. A maratona é diferente. E eu não sou o Pimenta. Apenas prometo dar o máximo para orgulhar todos os portugueses”, concluiu.