O ginasta Diogo Ganchinho confessou que ainda se está a adaptar a este período longe dos trampolins, face à pandemia de Covid-19, mas revelou estar a encontrar métodos para continuar a treinar, com ajuda do Sporting.

“Ainda é uma fase de adaptação, não só para os atletas, mas mesmo para toda a gente em geral. Não é fácil para ninguém. É impossível para mim treinar trampolim neste momento, mas vou montando as coisas cá em casa, vou criando o meu ginásio, tenho a oportunidade de ser criativo em algumas coisas”, explicou o ginasta à Lusa.

O atleta do Sporting disse que o clube ‘leonino’ já começou “a partilhar alguns exercícios e indicações”, bem como o Comité Olímpico de Portugal (COP), que manifestou disponibilidade para ajudar e “fornecer material para as pessoas terem em casa”.

“Para nós, dentro deste contexto menos favorável, são coisas boas, sentir que as pessoas estão unidas nisto e preocupadas com as outras, que querem que nós continuemos a fazer o nosso trabalho de forma adaptada”, afirmou.

O 11.º classificado em Pequim2008 e 15.º em Londres2012 em ginástica de trampolins explicou que tem “aproveitado para ler e ver documentários”, para além dos três a quatro treinos diários, “em períodos de 20 minutos”, reforçando também a necessidade da alimentação saudável, que, como atleta, já tinha.

Diogo Ganchinho, de 32 anos, reagiu também à possibilidade de os Jogos Olímpicos Tóquio2020, previstos de 24 de julho a 09 de agosto, serem adiados ou cancelados, tendo já recebido a notícia do cancelamento do Campeonato da Europa, em Gotemburgo, na Suécia, que estava previsto realizar-se entre 07 a 12 de maio, bem como algumas taças do Mundo.

“Ninguém quer cancelar os Jogos, ninguém queria cancelar o Campeonato da Europa ou adiá-lo. Como atleta, claro que preferia que os Jogos fossem adiados e não cancelados, pois foi um ciclo de trabalho, mas, sem dúvida, que a saúde pública é mais importante do que qualquer evento desportivo”, exclamou.

As federações estão em conversações com o Comité Olímpico Internacional (COI), “para definir novos planos acerca das vagas para os Jogos Olímpicos”, com os atletas a aguardarem novas informações da readaptação dos calendários.

“Não vale a pena ficarmo-nos a lamentar por os Jogos serem adiados ou cancelados, não sabemos. Sabemos que os profissionais estão a fazer o melhor para nós e para o mundo inteiro. Isso deixa-me com esperanças de que o melhor irá acontecer”, frisou, concluindo com um apelo para as pessoas permanecerem em casa.