“O sabor é um pouco agridoce. Depois de tudo o que aconteceu, de toda a história do jogo, merecíamos ganhar. Quando acontece, sei admitir que merecíamos perder, mas merecíamos ganhar este jogo. Tive duas bolas para ganhar o primeiro jogo contra o Darko Jorgic, ele teve sempre um pouco de sorte nos momentos finais, e isso ditou o rumo do jogo”, lamentou Geraldo.
Presente em quatro Jogos Olímpicos, João Monteiro, o ‘veterano’ de 38 anos, 72.º no ‘ranking’ mundial, levou de vencido Deni Kozul, 157.º, por 3-1, no primeiro jogo, mas o número oito do mundo, Darko Jorgic, bateu João Geraldo, 42.º, por 3-2.
Em pares, Monteiro juntou-se a Diogo Chen, 598.º, para bater Jorgic e Kozul por 3-0, com o mais experiente a perder por 3-1 ante a ‘estrela’ maior dos eslovenos, abrindo caminho à ‘negra’, decidida por Kozul por 3-2 a favor da Eslovénia, ante Geraldo.
João Monteiro começou bem a final, ao bater Deni Kozul por 6-11, 11-7, 16-14 e 12-10, seguindo-se uma derrota de João Geraldo com a ‘estrela’ maior do torneio, Jorgic, na ‘negra’, mesmo depois de ter estado a vencer por 2-0.
Uma vitória ‘limpa’ no par, por 12-10, 12-10 e 11-8, permitiria a Monteiro fechar o ouro, mas voltou Jorgic a impor-se, por 3-1, com Geraldo a cair perante Deni Kozul na ‘negra’ da ‘negra’: 11-9, 7-11, 15-13, 11-13 e 11-8.
Depois de uma caminhada iniciada no domingo na fase de grupos, em que se apuraram para os quartos, hoje os lusos levaram de vencida a Sérvia por 3-1, recuperando de uma derrota a abrir, e na final bateram-se com uma seleção que incluía o número oito do mundo, o principal jogador, por ‘ranking’, de todo o torneio.
Para chegar à final, o caminho foi mais ‘limpo’, com um 3-1 à Grécia, num jogo que pareceu o mais controlado de todos na fase final, marcando encontro com os eslovenos.
“[Estamos] tristes, obviamente. Estivemos tão perto de vencer o ouro, o Geraldo teve muita infelicidade neste último jogo. (...) Fica um sabor agridoce, não é para qualquer equipa estar numa final de uma grande prova internacional”, declarou João Monteiro.
Para os singulares, que começam já na terça-feira, todos estarão “bastante cansados”, admitiu o mais experiente dos portugueses, em que depois de “uma prova bastante dura e com pouco tempo de repouso” se segue “uma grande maratona”, com duas fases de grupos e depois quartos de final, ‘meias’ e final.
“A motivação tem de estar sempre alta, independentemente de termos ganho o ouro, a prata ou o bronze, ou nenhuma. Temos de desligar e voltar à ação”, resumiu.
Apesar de ser menos cotado em relação aos companheiros de equipa, Diogo Chen ‘bisou’ em medalhas, após ter estado no bronze de Tarragona2018 com André Silva e Diogo Carvalho, e assumiu-se “muito orgulhoso da equipa”.
“Sabíamos que esta prova seria assim, estamos um pouco tristes, mas agora é continuar a trabalhar e temos só de estar contentes com todo o esforço que fizemos. Foi muito importante ganhar esta prata, e espero que daqui a quatro anos possamos ganhar o ouro”, atirou.
Esta prata foi conquistada pouco depois de a equipa feminina vencer o bronze, a primeira medalha portuguesa em Oran2022.
Jieni Shao, Inês Matos e Matilde Pinto bateram a Sérvia por 3-1 no jogo de atribuição da medalha de bronze e conseguiram o pódio.
Os Jogos do Mediterrâneo Oran2022 arrancaram no sábado e decorrem até 06 de julho, com mais de três mil atletas de 26 países diferentes, incluindo 159 portugueses em 20 disciplinas.
Entre o contingente luso estão vários atletas olímpicos, como Evelise Veiga, Cátia Azevedo, Vera Barbosa, Tsanko Arnaudov, Tiago Pereira, Lorene Bazolo e Liliana Cá, a ginasta Filipa Martins, os atiradores Joana Castelão, Sara Antunes, João Costa e João Paulo Azevedo, os nadadores Ana Catarina Monteiro, Francisco Santos, Ana Rodrigues, Gabriel Lopes, Alexis Santos e Tamila Holub ou também os mesatenistas Jieni Shao e João Monteiro.
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