O português João Nuno Batista correspondeu hoje ao seu desejo pessoal no Mundial júnior de triatlo, ao sagrar-se campeão na prova disputada em Hamburgo, na Alemanha, impondo-se numa reta final repleta de incerteza.

“Este resultado já era uma ambição minha. A partir daquela altura em que, há dois anos, fiquei no segundo lugar desta competição, sabia que, pelo menos, conseguiria lutar pelo topo. Sem dúvida, houve uma luta muito discutida. Este sentimento de ser campeão do mundo é incrível e estou a adorar”, salientou à agência Lusa o atleta, logo após a prova.

João Nuno Batista completou o percurso de 750 metros de natação, 20 quilómetros de bicicleta e cinco de corrida em 51.11 minutos, terminando à frente do francês Nils Serre Gehri, que foi ‘vice’, a três segundos, e do canadiano Mathis Beaulieu, terceiro, a cinco.

“Foi muito difícil. Na natação, saí mais ou menos integrado no primeiro grupo. Comecei a parte do ciclismo no lote que ia em segundo, mas acabou por se decidir tudo na corrida, algo que foi bom para mim. Iam três atletas comigo nesses momentos finais e sabia que tinha de dar tudo na última volta para correr bem. Os meus concorrentes foram bastante fortes, mas acabou por cair para o meu lado”, enquadrou o triatleta do CN Torres Novas.

Vice-campeão mundial júnior em 2021, em Quarteira, no Algarve, João Nuno Batista, de 17 anos, ascendeu agora ao lugar mais alto do pódio, numa tarde em que o compatriota Gustavo do Canto, também do CN Torres Novas, foi 35.º colocado, com 52.38 minutos.

“Para já, estou bastante contente com este título. Quero prosseguir a minha carreira e só tenho uma ambição, que é ir aos Jogos Olímpicos e fazer o melhor resultado. Para isso, tenho de continuar a evoluir com o meu treinador e o meu grupo de treino. Paris2024? É muito difícil, mas esperemos que possa estar em [LosAngeles] 2028”, definiu o irmão de Ricardo Batista, que se sagrou igualmente campeão mundial júnior em 2019, na Suíça.

Em Hamburgo esteve presente o presidente da Federação de Triatlo de Portugal (FTP), Sérgio Dias, que se mostrou “muito orgulhoso” por um “título deveras importante” para a modalidade e que “estava na ideia” de João Nuno Batista e do treinador, Paulo Antunes.

“Infelizmente, não temos tantos campeões do mundo como gostaríamos. Qualquer título, sobretudo mundial, é sempre um feito único. Este é mais um para a história e esperamos que o João Nuno possa conquistar muitos mais ao longo da carreira. Além disso, somos uma nação relativamente pequena e todas estas conquistas de âmbito mundial são muito bem-vindas e uma mais-valia para o desporto nacional”, vincou à Lusa o líder federativo.

O palmarés do triatleta passou a incluir quatro títulos e 11 pódios internacionais, num ano em que já tinha arrebatado a medalha de bronze na Taça da Europa júnior, em Quarteira, enquanto, no duatlo, foi vice-campeão europeu e terceiro no Mundial do mesmo escalão.

“Tenho a certeza de que estamos perante uma futura referência. Alias, ele não precisava de ter sido campeão hoje para ser já uma referência, mas, obviamente, este resultado vai cimentar ainda mais essa posição e creio que poderemos esperar muito daqui em diante. Esse é o voto de confiança que depositamos no João Nuno Batista”, avaliou Sérgio Dias.