Portugal vai participar nos Jogos do Mediterrâneo, que arrancam oficialmente no sábado em Oran, na Argélia, com 159 atletas “extremamente motivados” depois da estreia “muito feliz” há quatro anos, disse hoje à Lusa a chefe de missão.
“Sinto, do lado das federações, [que estão] extremamente motivados para participar. É a segunda vez que Portugal participa e na primeira participação foi muito feliz. Conseguimos um brilhante resultado no medalheiro, com 24 medalhas, o que é absolutamente fantástico para um país tão pequeno num evento multidesportivo internacional”, resume Catarina Monteiro.
Com “muita vontade de repetir o feito de Tarragona2018”, ainda que o país esteja presente com uma comitiva mais pequena (159 atletas) e em 19 modalidades distintas da estreia, agora sem o triatlo, por exemplo, em que Portugal conquistou dois dos três ouros conseguidos, mas também a canoagem e o remo.
Ainda assim, as expectativas são as de um resultado desportivo semelhante ao conseguido há quatro anos, com a inclusão de “atletas de grande qualidade” e muita juventude, em modalidades individuais e coletivas, com uma seleção de polo aquático e outra de futebol, ambas masculinas, na categoria de sub-18.
Sem a equestre, por uma posição das federações europeias dadas as preocupações sanitárias com os cavalos, e com 159 atletas em modalidades não só olímpicas como outras, a participação tem expectativas altas.
A preparação de ‘estrelas’ do futuro insere-se na estratégia do Comité Olímpico de Portugal (COP) de apresentar qualidade e juventude, seja pelas esperanças olímpicas como nas modalidades não olímpicas, com menos oportunidades de um evento que junta várias modalidades.
O COP, explica Catarina Monteiro, quer “integrar todas as modalidades de forma igual”, e aqui convivem a petanca ou o karaté com o atletismo e a natação, num evento que marca o regresso dos Jogos ao continente africano.
“Para nós este evento é extremamente importante. Tentámos durante muito tempo que fôssemos integrados no lote de países que fazem parte do Comité Internacional dos Jogos do Mediterrâneo. Não é só uma competição multidesportiva internacional, é também uma competição que pretende, acima de tudo, unir os países que têm em comum a cultura mediterrânica, e pretende reforçar essa união, essa amizade, essa cooperação, independentemente das diferenças que existam a nível linguístico, que há muitas, e religiosas, que existem. São três continentes diferentes”, destaca a chefe de missão.
Reforçar a união destes 26 países participantes, e honrar a competição “com os melhores resultados”, é parte do que pode fazer desta uma missão de sucesso, depois da estreia em 2018.
Na linha de outros eventos multidesportivos internacionais, dos Jogos Olímpicos da Juventude aos Jogos da Lusofonia, por exemplo, a participação de jovens atletas é uma experiência e um “sonho”, a caminho do desígnio maior para muitos, como campeonatos do mundo, da Europa e Jogos Olímpicos, sobretudo depois de vários anos condicionados.
“É muito importante que possamos estabilizar o desporto em Portugal, depois de pandemia de covid-19 e da guerra [na Ucrânia]. O que queremos é retomar a normalidade desportiva, trazer de volta atletas que perderam durante dois anos”, resume.
De resto, Portugal recorreu a dois aviões ‘charter’ para o transporte dos atletas para Oran, onde as altas temperaturas serão outra ‘barreira’ adicional ao desempenho desportivo.
Com mais ou menos dificuldades, este tipo de eventos marcam os atletas, dos mais consagrados aos menos conhecidos, e é “uma coisa inesquecível”, refere Catarina Monteiro, que acha que para muitos, com o sonho dos Jogos Olímpicos, um evento destes pode ser “aquele passinho que diz: ‘isto é possível’”.
Os Jogos do Mediterrâneo Oran2022 arrancam no sábado e decorrem até 06 de julho.
Na segunda maior cidade da Argélia, estarão 3.360 atletas de 26 países, sendo que Portugal estará representado nas seguintes modalidades: andebol, atletismo, badminton, basquetebol 3x3, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, judo, karaté, lutas amadoras, natação, petanca, polo aquático, ténis, ténis de mesa, tiro, tiro com arco, tiro com armas de caça e vela.
Em Tarragona2018, na estreia nestes Jogos do Mediterrâneo, Portugal conquistou 24 medalhas, três delas de ouro - duas no triatlo, por Melanie Santos e João Pereira, e outra com a equipa de obstáculos, em equestre -, bem como oito de prata e 13 de bronze.
Entre o contingente luso estão vários atletas olímpicos, como os atletas Cátia Azevedo, Vera Barbosa, Tsanko Arnaudov, Tiago Pereira, Lorene Bazolo e Liliana Cá, a ginasta Filipa Martins, os atiradores Joana Castelão, Sara Antunes, João Costa e João Paulo Azevedo, os nadadores Ana Catarina Monteiro, Francisco Santos, Gabriel Lopes, Alexis Santos e Tamila Holub ou também os mesatenistas Jieni Shao e João Monteiro.
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