O canoísta português David Varela considerou que o K4 500 metros “não esteve ao nível habitual” na estreia nos Mundiais do Canadá, mesmo que na eliminatória só houvesse uma vaga direta à final.
“Acho que falta aquela prova em que as coisas saem todas alinhadas para dar confiança extra à embarcação. Depois, quando há mais confiança e à vontade, as coisas podem sair melhor”, considerou, em declarações à Lusa.
João Ribeiro, Messias Baptista, Emanuel Silva e David Varela foram terceiros na sua eliminatória em Halifax, com 1.23,62 minutos, a 1,35 segundos da qualificação direta, alcançada pela Polónia, que superou a República Checa por 35 centésimos de segundo.
“[Este ano] Não estamos ao nível que costumamos estar. Espero que seja passageiro, pois todos têm altos e baixos. Estamos numa fase baixa. Que rapidamente voltemos ao de cima para mostrarmos o que valemos”, desejou.
Os oitavos classificados em Tóquio2020 foram quintos e 10.os nas duas Taças do Mundo deste ano, resultados que, em época de experiências, a uma temporada da qualificação olímpica, levaram o técnico Rui Fernandes apostar em João Ribeiro para liderar o barco, enquanto Emanuel Silva passa agora a estar na posição três, atrás de Messias e à frente de Varela.
“Não fiz as Taças do Mundo porque tive covid-19 dois dias antes da seletiva. Entretanto o Rui Fernandes mudou as posições no barco e é a primeira vez que competimos assim. Não foi a melhor sensação. Não foi de perto a nossa melhor prova. Espero que sexta-feira as coisas fiquem todas alinhadas, pois o que fizemos na eliminatória não demonstrou o nosso valor”, garantiu.
A Ucrânia e a Eslováquia são, em teoria, os “principais rivais” na luta pelas três vagas para a final a retirar da sua meia-final, na qual competem ainda Dinamarca, Itália, Estados Unidos, Nova Zelândia e México.
Nas Taças do Mundo, Varela foi substituído por Kevin Santos, que luta igualmente por integrar o K4, algo que não conseguiu esta época, numa concorrência que David Varela entende salutar e aconselhável.
“Pessoalmente, gosto que haja um grupo grande para treinar. Só temos a ganhar com isso. A integração do Kevin na equipa é boa para todos, ninguém dorme à sombra. É um relembrar que temos de trabalhar. É bom para nós, para ele e para os mais novos que aspiram à equipa principal. Pensarem que a qualquer momento podem ter a oportunidade deles”, reconheceu.
Já Kevin Santos prometeu “dar luta” ao atual quarteto, num objetivo assumido de integrar o K4 500 que o vai fazer “trabalhar ainda mais” na próxima época, a de qualificação para Paris2024.
“O que posso prometer é o que vou dar o meu melhor, pois o meu objetivo é estar neste barco nos Jogos Olímpicos”, sublinhou.
Em Halifax, o canoísta vai fazer K1 200 metros, distância na qual este ano conseguiu uma medalha de bronze na Taça do Mundo.
“Trabalhei boa parte do ano para os 500 metros, mas gostava de voltar a ser finalista em K1 200 no mundial. Espero que tudo possa correr como desejo”, completou.
Portugal está representado nos Mundiais de Halifax ainda por Fernando Pimenta em K1 500, 1.000 e 5.000, bem como no K2 500 misto com Teresa Portela, que também fará K1 200 e 500.
Na paracanoagem, Noberto Mourão, bronze em Tóquio2020, compete em VL2, enquanto Alex Santos, quinto no Japão, o fará em KL1.
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