A petanca, "um jogo de precisão e de muita concentração" que tem em Portugal cerca de 1.200 atletas federados, também tem nos Jogos do Mediterrâneo uma delegação portuguesa que deseja ver a modalidade no desporto escolar.
"A petanca joga-se com três bolas, podem ser equipas de dois, três, joga-se a 13 pontos ou a tempo", explicou o chefe de equipa portuguesa, António Rosa, enumerando como características de uma modalidade praticamente desconhecida do grande público o facto de ser "um jogo de precisão".
Mão calibrada, precisão ao atirar a bola, resistência física e concentração são características que têm de constar do currículo vitae dos candidatos a atletas de petanca.
"Quando os jogadores estão no ato de lançar a bola, todas as pessoas devem estar paradas, porque qualquer movimento distrai o jogador", contou o responsável ao lado dos atletas Hugo Dores, Ricardo Sousa, Filipa Antunes e Sílvia Ramos presentes na cidade espanhola de Tarragona, localidade na qual decorrem os Jogos do Mediterrâneo até 01 de julho.
Descrito o que é a petanca, refira-se que em Portugal existem 1.200 atletas federados, mas cerca de 3.000 praticam esta modalidade que erradamente, como confirmou António Rosa, é associada ao jogo da malha ou chincalhão como é conhecido no Norte do país.
"Ao contrário da malha, a petanca joga-se em qualquer terreno, a várias distâncias... A malha joga-se a pontos com um alvo a atingir", esclareceu o responsável.
A petanca portuguesa tem já quatro associações espalhadas pelo país, uma federação e competição interna, mas o número de praticantes atual não é suficiente para que a modalidade cresça, razão pela qual o atual grande objetivo dos responsáveis portugueses é "chegar ao desporto escolar para que apareçam novos clubes e novos jogadores".
"Já temos disponibilizado pessoas para se deslocarem às escolas para fazer demonstrações. É um alvo importante", explica António Rosa.
Convidado a antecipar o que é dito às crianças nesses dias de demonstração de forma a cativá-las para este desporto que exige um treino diário de pelo menos três horas e um despertar madrugador, o chefe de equipa avança: "Diria que como todos os jogos de bolas, este jogo apaixona e quando começarem a fazer com as bolas aquilo que lhes vai na cabeça, eles vão ver que vão ficar viciados em jogar este jogo".
Em Portugal a petanca joga-se mais no Algarve dada a aproximação a Marrocos, onde a modalidade é muito forte, e de acordo com o treinador português, em França há atletas profissionais de petanca, sendo que são também países muito fortes a Espanha, Marrocos, Tunísia, Argélia, Madagáscar e Tailândia.
Quanto à presença nos Jogos do Mediterrâneo, competição na qual Portugal está representado em 29 modalidades, esta é vista como "muito importante porque divulga a modalidade e chama praticantes".
"Temos aqui dos melhores jogadores portugueses. Em Portugal há uma dúzia de bons jogadores. Resolvemos trazer estes para nos darem algumas garantias", afirmou António Rosa, mas sendo ao mesmo tempo cauteloso.
"Portugal não é candidato às medalhas, temos de ser honestos, nós não somos uma potência na modalidade. Teríamos todo o gosto em sê-lo, mas aqui, mesmo estando poucos países, estão as maiores potências", acrescentou.
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