A continuidade de Thomas Bach na presidência do Comité Olímpico Internacional (COI), hoje confirmada por mais quatro anos, revela-se “essencial” para o atual momento do desporto internacional, considerou hoje o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).
“Era inevitável. O mais razoável. Expectável”, sintetizou José Manuel Constantino, que, face à grave pandemia da covid-19, entende que “o registo de continuidade” era o único admissível.
Em declarações à agência Lusa, Constantino diz que a manutenção da liderança no COI “é absolutamente essencial para garantir algum equilíbrio relativamente aos desafios a enfrentar, designadamente a realização dos Jogos de Tóquio”.
O alemão Thomas Bach foi hoje reeleito para novo mandato de quatro anos à frente do COI, que lidera desde 2013, na 137.ª Sessão daquele organismo.
Alterar neste momento os interlocutores do COI “seria profundamente penoso para um percurso já de si sinuoso e complexo”, além de que “iria criar fatores de não aceleração de um processo que é absolutamente essencial que continue a ser desenvolvido pelos mesmos”.
“A eleição é positiva para o movimento olímpico internacional, para o momento que estamos a viver. A grande preocupação é a realização dos Jogos de Tóquio e, para isso, era necessário reforçar a autoridade do interlocutor que tem sido o porta-voz do COI”, valorizou.
Numa visão mais abrangente e alargada temporalmente, destaca os desafios da “credibilização” do movimento desportivo internacional, recordando a importância da sua “integridade, boa governança, democraticidade e transparência”.
“Não deixar que os fenómenos da globalização atinjam a matriz fundadora do movimento olímpico, da credibilidade. E nem sempre na história foi possível garantir essa credibilidade. Essas ameaças não desapareceram, continuam”, alertou.
José Manuel Constantino espera um mandato de “pulso forte, atitude incisiva e muito focada na credibilização”, pois entende que o desporto enfrenta “muitas ameaças”.
Gestão financeira, transparência, democraticidade, jogos combinados, fuga de capitais, lavagem de dinheiro pelos circuitos internacionais do desporto são questões que preocupam o dirigente e que, em seu entender, “podem por em causa o desporto como fator de valorização social e cultural”.
“É preciso combater as ameaças. O desafio é que não tem de lidar só com um Continente, mas com cinco. Com graus de desenvolvimento muito diferentes, critérios de recrutamento de dirigentes olímpicos e graus de desenvolvimento de democraticidade muito distintos. Não é fácil. É um grande desafio que (Thomas Bach) tem pela frente. Oxalá consiga vencê-lo”, concluiu.
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