Segundo informação disponibilizada à agência Lusa pelo coordenador do projeto, João Teixeira, trata-se de uma iniciativa “de intervenção social no âmbito da prevenção de quedas por via da estimulação e promoção do equilíbrio, potenciando o conhecimento de ‘como cair’ corretamente e minimizando o impacto das quedas através da prática da modalidade desportiva do judo adaptado”.
João Teixeira, professor de Educação Física, coordenador do Desporto Escolar no Agrupamento de Escolas Marinha Grande Poente e treinador do clube, adiantou que o projeto tem três dimensões.
Uma delas passa por brigadas ao domicílio que, mediante diagnóstico da “condição física do idoso e da sua condição de habitabilidade”, implementarão ações que contribuam para a prevenção das quedas em ambiente doméstico e que “permitam reforçar a mobilidade do idoso, bem como a sua condição nutricional”.
Também os cuidadores serão alvo de intervenção, “dotando-os de práticas saudáveis e técnicas de mobilidade e transferência, para, assim, promover a sua segurança e a do idoso a seu cargo”, e “a qualidade de vida de ambos”.
A segunda contempla a prática de judo, “para evitar consequências graves que resultam das quedas dos idosos, por via da estimulação e promoção do equilíbrio, potenciando o conhecimento de como cair corretamente”.
“Pretende-se adequar um plano de treino à condição física do idoso, integrando-o em vários níveis de dificuldade ajustados à sua performance”, esclareceu o coordenador, garantindo que se quer, igualmente, “monitorizar a condição de saúde” do utente.
A terceira dimensão apresenta uma “dinâmica intergeracional da prática do judo através da mentoria entre avós e ‘netos’ [alunos], com o objetivo de promover o envelhecimento ativo, a socialização e a promoção do espírito de partilha e entreajuda das gerações no ambiente escolar”.
"Avós(z) do Judo", que surgiu da constatação de que as quedas constituem um dos “fenómenos mais frequentes entre as pessoas com mobilidade reduzida, como é exemplo a população idosa”, inclui uma “componente pedagógica para sensibilização e prevenção das quedas”, com a criação de “um manual de boas práticas com ilustrações efetuadas pelas crianças”, mas também estão previstos eventos ou ‘workshops’ sobre atividade física, alimentação, sensibilização para o trabalho de voluntariado, empreendedorismo, internet ou demências.
O projeto, com uma equipa multidisciplinar, arrancou em janeiro, tem uma duração de 16 meses e apresenta como destinatários pessoas com mais de 65 anos, institucionalizadas ou não, abrangendo igualmente a população escolar e cuidadores.
A iniciativa, de cerca de 156 mil euros, é financiada pelo Portugal Inovação Social (70%) e pelas Câmaras de Leiria e da Marinha Grande (30%), e tem outros parceiros, como as unidades de cuidados à comunidade dos dois concelhos.
“Anseio que o projeto possa ser replicado pelo território nacional e que o impacto do acompanhamento académico que vai ter valide o trabalho efetuado”, afirmou João Teixeira.
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